Naquela cova aberta um crânio
Branco e seco sem u'a alma
Luxúria, ateísmo, heresias, cismas, indiferentismo religioso, Estado laico.
Perpétuos ossos,
vestígios de uma alma reinante
A vida sempre divina nem a cremação anula.
Nas missas dos mortos vela brilhante
Reservadas de direito ao católico observante:
castidade, piedade, virtude da religião, Estado católico.
Na consagração do pão e do vinho
Mortos sufragados
Mortos? Pela morte afogados?
Santo Antônio de Lisboa está sempre mais vivo que nunca
Que o diga Alenquer do Pará, Verde Vagomundo, 13 de junhos
Ó morte onde está a tua vitória?
São igrejas góticas esplendorosas
Cada esmola, Santa Missa
Vinda de u'a alma no sacramento remissa
Dedicadas às santas almas maravilhosas.
Os ossos de macabros a sagradas relíquias
À volta do Redentor filho da Corredentora
Tornarão à vida
Aqui as humilhadas adâmicas modernidades tão líquidas
De ossos a um corpo glorioso impassível
Imortalidade sólida
Às missas, às brilhantes velas,
Depois do Redentor
Celebrarão da ressurreição a festa
O amanhecer da ervinha que brotou no cemitério fresta.
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