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O que um filósofo estuda? | Olavo de Carvalho

Olavo de Carvalho   " Um filósofo não estuda autores e textos. Estuda problemas, estuda a realidade, estuda a existência e seus enigmas...

sábado, 1 de novembro de 2025

Rio 40 graus

Texto infra que não foi escrito por mim, mas muito revelador da parcialidade de nossos desgovernantes brasileiros encapetados no combate ao mal. Encapetados pela ganância capitalista onde em uma Faria Lima vive-se da usura do dinheiro que multiplica-se e que se dane a necessidade humana por bens e serviços, por isso pode matar-se - como nesta chacina de 2025 nos favelões do Alemão e Penha no município do Rio de Janeiro - nas favelas e periferias os pretos, os travestis, os transexuais pisando no chão com sandálias recrutados pelo tráfico pelos barões do mercado financeiro.


Imagem retirada do Facebook da página Anarquismo - Liberdade 



A imagem sintetiza uma ferida aberta do Brasil: a violência seletiva e o peso desigual da lei.



Enquanto nas favelas o “combate ao tráfico” se traduz em chacinas, balas perdidas e corpos de gente pobre e preta, nas avenidas de luxo o tráfico de verdade, o do dinheiro sujo, da evasão fiscal, da lavagem e da corrupção estrutural, é blindado por terno, status e influência. A mesma sociedade que aplaude o extermínio nas periferias, faz silêncio cúmplice diante dos crimes sofisticados de colarinho branco.



A chacina na favela não é um “erro operacional”, é um mecanismo de controle. É a forma como o Estado mantém territórios pobres sob medo, enquanto o verdadeiro poder, econômico e político, continua intocado. Não se trata de defender bandidos, mas de exigir coerência: se há guerra às drogas, por que só há sangue de um lado?



Enquanto a morte faz ronda no morro, a vida toma sol na Faria Lima. Essa é a face mais cruel da desigualdade, um país onde a justiça tem CEP, cor e classe.

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