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| Imagem retirada do Facebook da página Anarquismo - Liberdade |
A imagem sintetiza uma ferida aberta do Brasil: a violência seletiva e o peso desigual da lei.
Enquanto nas favelas o “combate ao tráfico” se traduz em chacinas, balas perdidas e corpos de gente pobre e preta, nas avenidas de luxo o tráfico de verdade, o do dinheiro sujo, da evasão fiscal, da lavagem e da corrupção estrutural, é blindado por terno, status e influência. A mesma sociedade que aplaude o extermínio nas periferias, faz silêncio cúmplice diante dos crimes sofisticados de colarinho branco.
A chacina na favela não é um “erro operacional”, é um mecanismo de controle. É a forma como o Estado mantém territórios pobres sob medo, enquanto o verdadeiro poder, econômico e político, continua intocado. Não se trata de defender bandidos, mas de exigir coerência: se há guerra às drogas, por que só há sangue de um lado?
Enquanto a morte faz ronda no morro, a vida toma sol na Faria Lima. Essa é a face mais cruel da desigualdade, um país onde a justiça tem CEP, cor e classe.

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