Autoria: João Emiliano Martins Neto
Marcelo Arruda (descanse em paz) |
Metafísica ou morte. Ou a morte ou ocorre a busca da unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa, definição de Filosofia brilhante e perene daquele charlatão e psicopata Olavo de Carvalho que certamente fez a cabeça de alguém como Jorge José Guaranho que matou a tiros Marcelo Aloizio Arruda lá no Estado do Paraná. A Filosofia é sempre de forma fecunda metafísica nem que seja para dizer que o ser é nada, já se diz que é alguma coisa, ainda que sendo nada. A morte que houve recentemente, há oito dias atrás no município de Foz do Iguaçu do Paraná, foi o brutal assassinato de Marcelo, guarda municipal da cidade daquela localidade do interior do Estado do Paraná e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores local, a tiros, no próprio dia de seu aniversário de meio século de vida.
O pensamento metafísico e espiritual está mais presente historicamente na Filosofia e na história do pensamento, das ideias, do lado da "direita" usando a linguagem vulgar destes nossos tenebrosos e obscuratisttas dias de fanatismo político à direita em que vivemos. O papa Francisco já disse que são os comunistas os comunistas os que pensam como os cristãos, pois que quereriam com Cristo um mundo onde os pobres e excluídos é que estivessem no comando para conseguirem a liberdade e a igualdade, contudo, a esquerda, os comunistas, enveredaram para o niilismo, que o diga os niilistas russos denunciados por um Fyodor Dostoievski ou Karl Marx e Friedrich Engels que abandonaram a religião dizendo que ela seria o ópio do povo e Marx disse textualmente no Manifesto do Partido Comunista que a vida dos santos é insípida.
A direita, a defensora da classe dominante e dos mais fortes, sãos mentalmente, brancos, antissemitas, heterossexuais, burgueses e nobres (na época do Antigo Regime na França) e o alto clero ficavam nominalmente do lado de Deus e da metafísica. Para eles é parte de uma visão metafísica um mundo de opressores e oprimidos, um mundo de desigualdade até mesmo brutal que o diga a desgraça social e econômica do povo na Europa católica medieval ou na Rússia czarista até a época da Revolução Russa de 1917. Para os porta-vozes de tal direita, qualquer luta por igualdade é até vista como possessão demoníaca, diria e quer aquele tal padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior ao comentar sobre o caso de possessão demoníaca ocorrida no ano de 1949 nos Estados Unidos que inspirou o romance e depois filme O Exorcista de William Peter Blatty. Quem quer combater as injustiças, quem quer o mundo melhor para os pobres e excluídos é, então, niilista, é anti-metafísico, não enxergaria um palmo diante do nariz parece ser o efeito colateral de quem revolta-se e com alguma razão com os males do mundo. Diante de tantas coisas runs, somada à ignorância e pecado da esquerda, onde está Deus, que é a questão metafísica ou filosófica maior?
Entre a metafísica, o pensamento filosófico robusto que se abre para o esclarecimento que quer ver claro, diria Olavo, e a morte, o assassinato mesmo como vimos no Paraná, eu acho que pode haver, ainda, o fim da exploração burguesa que tomou conta do mundo para si, cercou o mundo, que o diga os cercamentos no Reino Unido do século XV. Burguesia que é latifundiária, tem os meios de produção que originalmente é de todos do mundo, a terra que o diga, e explora o trabalho do pobre, fica com a sua mais-valia que são as horas trabalhadas pelo homem que não são revertidas com justiça em salário, mas em lucro para o patrão. Pode haver justiça social e reflexão profunda, contemplação do mundo, eu acho que evidentemente implicando não só de um filosofar como intepretação do mundo, no entanto, um filosofiar como instrumento para o que possa de haver de ser transformado se o mundo for tão injusto e desigual, um verdadeiro massacre contra os fracos, pobres e deserdados.
Meus pêsames à família de Marcelo Arruda. Eu tenho rezado em sufrágio da alma de Marcelo, que ele descanse em paz.
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