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domingo, 11 de outubro de 2020

Ave, Tu, Maria, cheia de Deus!

Autoria: João Emiliano Martins Neto
 
Cartaz do Círio de Nazaré deste ano de 2020
 
 
Resumo: Mensagem de minha autoria sobre o Círio de Nazaré deste ano de 2020, felicitando a ti, meu leitor, com uma reflexão sobre o tema do Círio deste ano que é a saudação angélica à Virgem e Sempre Virgem Maria que por tal saudação do anjo: "Ave, Maria, cheia de graça" foi nominada Maria como o revolucionário e novo começo para a humanidade.

Ave, Tu, Maria, a cheia de Deus! "Ave, Maria, cheia de graça", é o tema do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, a nossa padroeira de nós, paraenses, deste ano de 2020. Ave, cheia de graça! Saudamos como o arcanjo São Gabriel (São Lucas 1, 28), À nossa Mãe Maria com um salve e A chamamos de cheia do favor de Deus, confiante e muito operante em tal favor. Salve, Maria, a plena de Deus, plena de amor. Maria, plena da Verdade, plena de Deus, de luz, de sabedoria, de amor, plena da suma verdade, bem e beleza que é personificada em Deus. Plena é Maria de Deus que opera tudo em todos (1 Coríntios 12, 6), mas em Maria Senhora Nossa tal presença de Deus é maior do que em todas as outras criaturas, sendo Maria a maior das criaturas, por isso é Ela a panhagía, a Toda Santa, a Imaculada Conceição.

Ave, Maria, cheia de graça é a saudação do anjo São Gabriel à Maria quando da anunciação de que Ela conceberia virginal e miraculosamente o eterno Verbo divino, a segunda pessoa da Santíssima Trindade (São Lucas 1, 35), porque São Gabriel viu em Maria um tal favor de Deus que lhe excedia a ele, anjo, mesmo sendo Gabriel uma gloriosa criatura angélica muito acima ontologicamente do que o melhor dos homens, inclusive incomensuravelmente acima de Maria, de fato, conforme a natureza. Mas, a graça aperfeiçoa a natureza, dá-lhe o acabamento e coroa-lhe de uma forma luminosa muitíssimo acima do que a melhor condição natural seja mineral, animal, humana ou angélica à maneira daquela coroa de doze estrelas (Apocalipse 12, 1) que coroavam a Divina Theotókos, cujo refugir é o da graça e não o da natureza, segundo a visão de São João no livro do Apocalipse.

O "sim" único de Maria a Deus, diferentemente e muito acima em importância a qualquer outra criatura humana que já houvera existido antes e depois de Maria, tal "sim" mudou, revolucionou a História ao ocasionar a humanização do Verbo trazendo com tal anuência à proposta de Deus o próprio Deus para habitar entre nós, o Verbo divino a verdadeira luz que vindo ao mundo ilumina a todo homem (São João 1, 9). Cristo Jesus, o outrora Deus feito homem sem divisão em sua natureza humano-divina que nos nossos dias mais esclarecidos pelo tempo, pois a verdade é filha do tempo, diria Santo Tomás de Aquino, em nossos dias o homem querendo ser Deus, pois o homem tem a sua sede atemporal e supra-cultural pela transcendência de busca da verdade como o são de forma muitíssimo inteligente os marxistas em sua disposição de verem o mundo sem preconceitos o que resulta na consciência bem aprimorada neles com relação ao social bem concreto que vê o homem bem na prática cotidiana deste mundo explorado por uma classe como a burguesa que tem por Deus o dinheiro, e é o homem imagem e semelhança de Criador (Gênesis 1, 26). Cristo lembrou, "sois deuses" (São João 10, 34). Também dissera o salmista que somos, nós, homens, deuses, pois somos filhos do Altíssimo (Salmo 81, 6) e a partir do cristianismo somos partícipes da natureza divina (2 Pedro 1, 4), porque em tudo isso Deus comunica-se com os homens que são tão inteligentes e livres quanto o próprio Deus. Em nossos dias, por isso tudo, o Sagrado Concílio Vaticano II, na pessoa do Papa São Paulo VI, bem viu que o homem que se fez homem, em Cristo, e o homem que quer ser Deus é claro que se dariam muito bem em sua aspiração de esclarecimento, liberdade justa de consciência e dignidade propriamente humana.

Ave, Maria, cheia de graça foi a saudação para a segunda Eva, para Maria Senhora Nossa, o novo começo para a humanidade, sendo Maria a primeira criatura e matriz da nova humanidade, gerada e parida por Maria no batismo. Maria tão imaculada quanto Eva. Maria que deu-nos por seu ventre a Jesus Cristo, o novo Adão (Romanos 5, 14; 1 Coríntios 15, 22), o primogênito entre uma multidão de irmãos (Romanos 8, 29) para fazer de nós, homens, filhos de Deus, família de Deus mesmo que sejamos órfãos ou abandonados (Salmos 67, 6, 7) neste mundo, desde que tenhamos fé em Deus e por isso na prática muito amor no coração, pois a fé sem obras é morta (São Tiago 2, 17), escreveu São Tiago, e a fé opera, age, pelo amor (Gálatas 5, 6) ainda que obra alguma que o homem faça chegue sequer aos pés do que fez Jesus, pois somente é o nome d'Ele debaixo do céu que pode os homens salvar (Atos 4, 12) mediante a fé por graça e somente pela graça, como hoje a Igreja Católica concorda com certos setores eminentes de irmãos separados protestantes. Somos salvos somente pela graça não por obras para que ninguém se glorie (Efésios 2, 8, 9) e é bom que nos lembremos como disse Isaías que "nossas boas ações são como roupa manchada" (Isaías 64, 6a).

Feliz Círio 2020 de Nossa Senhora de Nazaré, a cheia de graça, eu desejo a ti e à tua família, caro leitor sobretudo se tu fores meu leitor daqui de minha cidade de Belém, a capital do Estado do Pará. Feliz Círio com em teu coração o círio aceso da fé, da esperança e do amor a irradiar a luz verdadeira pelo conhecimento da Palavra de Deus, pela participação no sacrifício eucarístico, mas sobretudo pela fé que é o princípio da justiça de Deus e da vida (Catecismo Maior de São Pio X, questão 219; Romanos 1, 17). Para ti que tiveres fé em particular fé na Palavra de Deus a Palavra será um facho para os teus passos e luz para o teu caminho (Salmo 118, 105) e de todo o mundo. Não te esqueças, meu leitor, de antes da festa do Círio acenderes esta chama de uma vela maravilhosa como a do círio, se a mesma foi apagada por algum pecado grave teu, acenda-a através de uma boa confissão sacramental que tu faças a um sacerdote e no dia da grande festa do Círio, dia 11 de outubro de 2020, fujas dos excessos na comida e na bebida que ocorrem no chamado tradicional almoço do Círio. Amém.

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