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O que um filósofo estuda? | Olavo de Carvalho

Olavo de Carvalho   " Um filósofo não estuda autores e textos. Estuda problemas, estuda a realidade, estuda a existência e seus enigmas...

O momento e o pensamento (testemunho de um bipolar)

Eu diria que um momento de minha vida que me fez parar a fim de pensar, um meu instante genuinamente filosófico de estranhamento (thaumázein), foi quando depois de uns quatro anos de rebeldia nos quais eu parei de tomar os meus remedinhos para tratar de meu transtorno bipolar. Quando voltei a tomar os referidos remédios senti logo os efeitos das doses um tanto consideráveis à época do medicamento cujo nome químico é risperidona. Estava conversando, naqueles dias difíceis, com uma irmã minha a respeito do que sentia, não aguentei o aperto no coração e chorei, ela também pranteou comigo.


Medicamento "risperidona"

Pensei naquele instante nos meus próprios limites, senti-me sufocado, encurralado, talvez por querer ser autossuficiente, mas, doenças podem acontecer, mostrando a fraqueza e limite humano. Aliás, o próprio problema bipolar é como uma droga, pois dá uma sensação de bem-estar, uma sensação deveras de autossuficiência. Todavia, se o bipolar parasse um pouco a fim de pensar, ele perceberia que está sofrendo, está sentindo coisas que pessoas normais absolutamente se desesperariam se as sentissem. Se bem que no meu caso como nunca tive o sintoma depressivo da doença maníaco-depressiva, então, raramente refletia, os filósofos verdadeiros tem sempre uma pitada de melancolia. Acho que sou unipolar e não bipolar no sentido da euforia.



Não cheguei naquele tempo a nenhuma conclusão que diria digna desse nome, conclusão, conclusividade, um fim àquele sofrimento todo, porque fruto de uma tomada de posição madura. Apenas queria minha ilusão de liberdade louca de volta ao menos com a diminuição dos efeitos colaterais do remédio.




Hoje eu diria que os contornos de uma conclusão, uma finalidade para tudo o que já passei, começam a fazerem-se claros, pois lendo uma frase do maior santo do século XX, o Santo Padre Pio de Pietrelcina, em que ele diz que a pessoa humilde deve amar a sua abjeção, então, eu só peço a Deus, diria hoje como conclusão, que Deus me dê amor à pobreza, pois Cristo fez-se pobre para salvar os pobres, por amor aos pobres, os abjetos, que é toda a humanidade condenada, morta e sepultada em seus delitos, e pecados, e crimes se não tiver a Cristo Jesus como Salvador.

Um comentário:

Juliano Reis disse...

Fiquei emocionado ao ler teu testemunho meu amigo. Melancolia poética filosofica.

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