Autoria: João Emiliano Martins Neto
- Tu é baitola, tu, é? Veado, tu, é? - brincava Marcos com quase qualquer um nas ruas de Belém do Pará, a capital do Estado do Pará, com funcionários de supermecados, com o ambulante onde ele comprava o cigarro baratíssimo dele valendo dois reais na Praça do Relógio do Ver-o-Peso, brincava, enfim, com vendedores ambulantes que ainda que de forma humilde em Belém jogam na cara do mundo a sociedade da troca capitalista e que se dane a partilha, a solidariedade, que se dane a sociedade ideal do consumo que um dia um Karl Marx quis com o seu comunismo restaurar ou instaurar pela primeira vez, porque se é que já houve alguma vez depois do pecado original alguma sociedade só de partilha e do consumo, talvez só em tribos ágrafas de selvagens aborígenes, indígenas onde esses aqui no Brasil relegavam à morte velhos e deficientes e já houve na Igreja de Jerusalém sanado o pecado original com os sacramentos. Marx quis tal sociedade, apesar da revolta dele contra tudo o que é divino.
- Veado, tu, é? - respondiam brincando com Marcos o povo da rua ambulantes e também transeuntes. Alguns gaiatos respondiam: - É, tu (Marcos) é veado. - e riam todos.
Pensava Marcos:
"Eu na verdade sou tímido, mas quem sabe brincando, brincando, eu consiga assumir o que outrora era inominável, a prática homossexual, assim consigo vencer barreiras psicológicas, entre o aparente e o intelígível pelo humor vença a inteligência em um platonismo prático, meio que psicológico."
Discutia com Marcos, Denilson, o fruteiro burraldo protestante que vendia as suas frutas na Beverly Hills decadente belenense, a avenida Comandante Braz de Aguiar, membro que ele é da seita do na verdade pastor do demônio, ele que é ateu, Samuel Pina, por Marcos xingado de bandido na cara dele no ano de 2009.
- Tu sabe que é pecado, mas tu continua no erro.
- Por enquanto, não, não estou em pecado, já me confessei para o padre. A gente nunca sabe o dia de amanhã, pode aparecer um cara bonitinho como tu ou o teu irmão que é mais bonito do que tu e aí eu posso cair em tentação. - respondia Marcos com sinceridade e bom humor ao tal Denilson fruteiro em uma conversa ingrata com esse sujeito Denilson que respondia como se nada tivesse dito Marcos, repisava o burraldo que não adianta se confessar para pecar de novo e etc. ... Haja saco para os bodes pastoreados por um psicopata...
Ajoelhando diante do sacrário e de uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira dos paraenses, na Basílica Santuário de Nazaré, rezava Marcos.
- Meu Deus, por Ti, Jesus Cristo, ajuda-me a compreender esta situação infantil, ignóbil, imoral em que eu me encontro de vir a ceder às tentações homossexuais, o certo é o macho e a fêmea unidos em uma relação indissolúvel e aberta a terem filhos. - rezava Marcos diante do sacrário da Basílica. Depois dizia em reza a mesma coisa, virado, ainda de joelhos, para a imagem da Madona de Nazaré e acrescentava. - Ó minha Senhora, que Tu que és a Sede da Sabedoria, e eu que quero ainda estudar a filosofia, o amor à sabedoria, que eu compreenda, que eu tenha a ciência, a sabedoria por meio de eu ser sincero, como diz o salmista Davi, que entre o aparente e o inteligível eu não pare nas sensações prazerosas, fugazes, apesar de tão fortes como as do sexo e eu chegue ao inteligível, chegue eu à inteligência meio de apreensão da verdade, da sabedoria. Amém.
Que os anjos e Platão digam amém.
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