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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

O abandono dos ideais na política

Autoria: João Emiliano Martins Neto


A política é da mais alta importância, é a administração da polis e é a polis com sua ordem um reflexo da ordem n'alma humana, pelo menos era assim que pensavam os gregos antigos, foi o que levou a Sócrates a entregar a sua própria vida para obedecer as leis de Atenas, o que eu acho um exagero, uma crassa injustiça, visto que ele era inocente das acusações de Ânito, Meleto e Licão que acusavam o glorioso mestre de corromper a juventude dourada ateniense e  o acusavam de ateísmo ao ir contra os deuses cultuados por aquele Estado.


Parece-me evidente que tal ordem social e seu correlato n'alma humana vale até hoje, apesar do expansionismo imperialista de quem eu já ouvi dizer que era apenas um ladrão de gado que foi o Macedônio (Alexandre, o Grande) com a consequente Pax Romana do que veio depois que foi a República e o Império romanos que é um mero cala-te boca tirânico combatido pela Pax Christi católica apostólica romana, que é a verdadeira paz, a paz que deve permear em todos os tempos e lugares como fundamento metahistórico do que é histórico, que não é a paz mundana romana presa fácil e idiota útil do que é contingente, histórico. Ainda é vigente tal harmonia externa e interna até hoje, apesar do regime social louco do capitalismo onde o que importa é a sociedade da troca do capital, o multiplicar do vil metal que precisa estar sempre em movimento e que se danem os bens e serviços para saciar as necessidades humanas conforme a capacidade de cada um em fornecer tais bens e serviços que é como funcionavam as antigas sociedades do consumo pré-capitalistas.


Eu soube esta semana de que no segundo turno desta eleição para prefeito da minha cidade de Belém do Pará, a capital do Estado do Pará, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) vai apoiar o fantoche Igor Normando do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) o que reflete na prática, sim, o posicionamento da esquerda pelo menos da falsa esquerda, a esquerda genérica representada pelo atual prefeito Edmilson Rodrigues do PSOL, derrotado logo no primeiro turno no qual ele disputava nesta eleição a reeleição, ele também quer isso já que sempre visou o poder pelo poder e sem nenhum pudor, caso contrário à esquerda ele seria muito provavelmente marxista (trotskista) organizador da classe proletária com um trabalho de formiguinha. Rodrigues que não terminou obras importantes como as macrodrenagens da Estrada Nova e do Mata-fome, porém, foi um dos raros governantes da minha cidade que fez uma obra estruturante e que veio para ficar, até onde eu sei, que é a chamada macrodrenagem da bacia do Una.



O PSOL já nasceu com sede de poder desde pelo menos a fundação deste partido com Heloísa Helena, ex-senadora à época dos idos dos anos de 2003 e 2004, fundadora do PSOL. Eles queriam o poder p'ra já e ela o disse isso com todas as letras aqui na minha cidade de Belém do Pará no programa Sem Censura Pará, conforme o imediatismo quanto ao poder. O imediatismo, o pragmatismo ou oportunismo fazendo tábula rasa da verdade pela sede de poder é o que mata a utopia que é o fundamento eu diria que metahístórico da política em todos os tempos e lugares, pasme que eu acho que até no marxianismo e no marxismo pode haver sonho, utopia porque o homem é um animal sempre metafísico, que normalmente reflete, busca os bens eternos para muito além do arco-íris, para muito além do Kansas, do que é contingente. É o abandono dos ideais o que mata bem na prática até mesmo o socialismo científico materialista marxiano que exige a organização dos proletários antes da mera posse de cargos.



Vale lembrar para quem é católico apostólico romano que não queira ser excomungado latae sententiae por colaborar de alguma forma com o abortamento, com o assassinato brutal de seres humanos nos ventres destas mulheres tão orgulhosas, "empoderades" de hoje em dia, que eu não vejo como não votar nulo para qualquer cargo dos executivos regionais ou nacional: prefeitos, governadores e presidente, se como tal o Poder Executivo deve por em prática as leis vigentes, por mais injustas que elas sejam, não sei se cabe aos executivos regionais ou nacional uma objeção de consciência, uma de tais leis injustas é a do excludente de ilicitude no caso de abortamentos. Um mero prefeitinho, apesar de suas convicções morais, religiosas, políticas ou filosóficas teria que a fortiori fazer cumprir a lei do excludente de ilicitude no que se refere ao aborto? Deve ele permitir o aborto em seu pago laico, democrático, liberal e republicano brasileiro ou ele terá por força de sua consciência que renunciar ao seu cargo ou sofrerá o impeachment se não quiser cumprir tal exceção na lei para o abortamento que ainda é crime do Brasil?



Qual homem político brasileiro habilitar-se-ia a renunciar ou a sofrer um impeachment mesmo que seja pelo ideal cristão, para não ser excomungado e ir para o inferno se vier a morrer excomungado? Raros fariam isso ou nenhum no Brasil de direita e esquerda genéricas, falsas, pragmáticas, isto é, oportunistas, contudo, uma coisa é certa, com tantas leis injustas só resta a casca podre de um cargo eletivo, sem substância, porque pragmático, em uma péssima estratégia, tática imbuído de um cargo que de poderoso não tem nada, só restando-lhe a paralisia se tal homem não for um psicopata, um bosta antiético até a medula d'alma.

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