Autoria: João Emiliano Martins Neto
Eu vejo como persistente a utopia, a busca de um Estado ideal, a busca de um governo perfeito que é o dispor-se todas as coisas para o seu fim e bem desde que para um ser humano normal e decente ele busca o bom fim e bem em todas as coisas, no limite busca ele o Sumo Bem se se trata de uma pessoa mais inteligente. Parece-me claro na utopia persistente que a criação arde de expectativa pela manifestação dos filhos de Deus, nas palavras do Apóstolo (São Paulo) em Romanos 8,19. Espera-se os novos céus e novas terras (Apocalipse 21,1) depois que passar este mundo no fim de tudo e a volta de Jesus Cristo para julgar vivos e mortos que ocorrerá em um tempo que não é indefinido e nem muito menos infinito.
A utopia é persistente, apesar dos corruptos na política como um Ítalo Abati, candidato a prefeito da minha cidade de Belém do Pará nesta eleição de 2024, que escreveu no Instagram, respondendo para mim, que é "utopia" a crítica que eu fiz ao capitalismo exploratório na mais-valia. Ele diz que é "utopia", a outra palavra para sonho, fantasia, quimera ou no caso dele candidato a político que diga-se adeus à um ideal de justiça, pois justiça para os corruptos amorais comuns em quem é político e aos materialistas justiça é promover o grupelho, facção deles, é o dar adeus à ética e à moral, diga-se adeus à própria inteligência perdendo-se de vista uma noção metafísica de justiça, diga-se adeus ao compromisso de querer dar alguma melhorada no mundo. Então, para que ele quer ser político se não para lutar pela justiça e bem comum? Ele quer apenas ganhar dinheiro e ter a vaidade de um cargo?
A utopia persiste, porque o capital tem a sua cultura do descarte de que reclama o Papa Francisco, o descarte que vai padecer um dia um Abati, hoje ele é jovem, e tal qual todo político ou candidato vale-se de sua boa aparência e juventude para ganhar votos sobretudo das mulheres, que no Brasil são a maioria da população, e que como escravas que são conforme determinação de Deus no Éden, elas desejam os homens e são por eles dominadas. Ele é desejável, amanhã será um velho acabado e descreditado que é o que ocorre com Edmilson Rodrigues, atual prefeito da minha cidade com setenta por cento de desaprovação popular de seu governo ou desgoverno e é o que ocorre no mercado de popularidade e votos com Jair Messias Bolsonaro sendo substituído por Pablo Marçal.
Na falta da utopia resta a caça obsessiva aos votos dos eleitores, dos ignorantes já que é democracia, o desgoverno das turbas, então, qualquer Zé Mané é chamado a fazer valer a sua opinião em detrimento da verdadeira ciência e a responsabilidade. É o caso do estelionatário condenado Pablo Marçal que com sua popularidade gigante e de ser um homem riquíssimo, multimilionário, prefere querendo ser raposa esperta, acaba como uma pomba lesa ou como um cãozinho poodle de madame abanar o rabinho para Jair Bolsonaro que fala mal dele, e com razão dada a sua ficha corrida de delitos, indo como foi Marçal no último dia 7 de setembro de 2024 tentar entrar no trio elétrico de Bolsonaro e do bandido falso pastor Silas Malafaia e foi Marçal barrado vergonhosamente.
Porque um sujeito tipo Marçal tão popular e rico de dinheiro não trata de cuidar de sua carreira política por si mesmo bem longe de um medalhão como Jair Bolsonaro com tantos esqueletos no armário, os cadáveres de pelo menos 400 mil pessoas que ele matou durante a sindemia de Covid-19, porque não quis comprar vacinas? Porque falta utopia. Falta menos pressa para a direita chegar ao poder, análogo ao que a esquerda sempre fez que é de ter planos para muitas e muitas e muitas décadas à frente. Urge ter paciência, dizia o escritor alemão Goethe sempre citado por Olavo de Carvalho. Uma força política sem tradição que é o caso da direita ou que jogou fora a sua tradição que são as monarquias europeias com 1000 anos de lastro todas derrubadas e a Igreja Católica hoje substituída ou pelo liberalismo político e econômico ateus e a direita, pelo menos a atual brasileira, que preferiu a heresia protestante. A direita perde da esquerda, inclusive moralmente por não honrar o Rei e não honrar a Deus por largar a sua Santa Igreja, que realmente respeita a sua tradição que remonta pelo menos à Revolução Francesa de 1789 e depois foi turbinada por Karl Marx e Friedrich Engels no Manifesto do Partido Comunista de 1848 seguido das revoluções russa e chinesa.
Por mais insana que seja Marx e Engels compuseram a sua utupia, mas e a direita? Perdida a cruzada de evangelização católica, derrubados os reis europeus e no caso daqui do Brasil a monarquia era falsa, porque Dom Pedro I quando da independência maçônica e liberal do Brasil ele traiu o seu pai Dom João VI, a verdadeira linhagem dinástica é a portuguesa da qual o Brasil era para ser o seu súdito com o Brasil sendo um departamento ultramarino de Portugal, restou apenas a geringonça do pragmatismo liberal de Ítalo Abati, desertor dos ideais, sem qualquer relação com a realidade que só é possível com uma análise metafísica que está muito além de todo pragmatismo, insípido e que torna inviável no capital financeiro atual a existência humana com alguma sanidade mental incapaz de reproduzir-se na velocidade do dinheiro, hoje sem lastro no ouro desde a época de Richard Nixon, multiplicando-se na velocidade de números na tela de um computador.
A utopia persiste, porque tudo que foi supra escrito por mim é um grande mal e desvio do fim e bem de todas as coisas em especial no caso dos assuntos da pólis.