Autoria: João Emiliano Martins Neto
Resumo: Reflito aqui sobre Deus desde a ideia politeísta como sendo Deus ou deuses a própria verdade e sabedoria personificada, não um mero discurso com algum sentido, que fala ao homem intimamente.
Deus, deuses, o que seja a perfeição, a unidade, a plenitude a que o homem aspira, mas não consegue alcançar por si mesmo, em si mesmo e em nada natural, são coisas, eu entendo, como dos fortes e corajosos e também dos livres e dos inteligentes. Porque quantos homens na verdade fracos, medrosos e também em um cativeiro de seus próprios vícios, cegos, burros e sem noção da própria temeridade arrogam-se serem como Deus, isto é, senhores e reis deste mundo para que o que eles entendem como a perfeição, a verdade, eles entendem que são eles mesmos e o que eles querem como lei seja imposto sobre o mundo. Desde eras remotas os homens fortes, corajosos e também livres e inteligentes sempre ficaram do lado de Deus ou dos deuses contra a tirania do homem sobre o homem. Tais homens malignos até assumem, porque disse o Cristo Jesus que a boca fala do que está cheio o coração, eles assumem a óbvia pretensão maluca deles, premidos por suas consciências esmagadas por si mesmos, como Friedrich Nietzsche que escreveu certa vez que se houvesse Deus como ele poderia ser Deus? Eles contrariam o que lhes resta de consciência reafirmando que não há verdade, mas que eles têm a verdade deles, dizem também que cada um tem a sua verdade, impondo assim no mundo uma igualdade do nada saber com certeza e de forma universal ou pelo menos menos nada saber acerca da verdade mais alta e fundamental para o conhecimento do mundo. Impõem assim o relativismo no mundo, impõem a ditadura do relativismo no mundo. Mil anos de trevas com tal tipo de gente no comando do mundo.
Eu entendo Deus, o absoluto, a verdade personificada quando nada deste mundo criado ou natural pode em si encerrar a última palavra sobre o que seja a verdade, a alma, o entendimento ou espírito sobre o mundo. Que homem ou anjo por mais que seja inteligente, poderoso e adornado de qualidades que seja pode forjar para si uma consciência onipresente e onissapiente que dê conta intimamente de tudo o que há no mundo ou no universo ou que consiga forjar um novo homem, anjo semelhante a si ou um universo como Deus fez tudo isso e do nada? Onde está o último e genial cientista ou filósofo que dê a resposta final para os mistérios mais espantosos do mundo?
Um apelo metafísico ou teológico para se entender o mundo pode até parecer ser fruto da ignorância como no politeísmo achava-se que as forças da natureza eram comandadas por trás de si por deuses, conforme entendia-se no politeísmo helênico, por exemplo, mas um dia o que é considerado o verdadeiro Deus revelou-se único no monoteísmo. Viu-se, eu entendo assim o monoteísmo, justificando tal revelação monoteísta, a necessidade da unidade de vistas no comando do mundo na forma de uma cabeça única e absoluta no comando do mundo que como que não seria tal cabeça uma só se a verdade e a sabedoria necessárias para o que há como é e será é algo que no mundo dos homens une em um só os melhores homens e também une em uma só carne, como no sacramento do matrimônio, homem e mulher como não uniria e seria um só Deus conforme a ideia monoteísta? Corroborando o monoteísmo, vê-se sobretudo pelo argumento inteligente de Aristóteles de que o movimento de tudo o que se move necessariamente partiria de um só motor imóvel, porque um movimento de tudo ao infinito sem um primeiro movente não seria lógico. Pode parecer ignorância ou algo antiquado um tal apelo metafísico ou teológico, entretanto eu vejo como dos mais interessantes para uma mente inteligente, que reflete, em vista da busca da unidade do conhecimento sobre o mundo na unidade da consciência de si mesmo que é algo que passa pelo autoconhecimento de si mesmo, porque, por exemplo, que Ciência ou Filosofia já conseguiu esvaziar os cemitérios e os hospitais onde pereceram, perecem, perecerão e sofrem tantas pessoas a não ser o Deus que teria se feito homem em Jesus Cristo que ressuscitou mortos e curou tantos doentes?
O homem tende à verdade, à unidade, o homem busca saber sobre si mesmo, e assim saber mais acerca do mundo e dos deuses, diria a sabedoria de Delfos. No caso dos melhores homens eles honram a espécie buscando saber que sabem, de fato, sobre alguma coisa. O homem honesto e sincero sabe de sua precariedade, finitude e precariedade e finitude de tudo o mais que há no mundo e que está incomensuravelmente abaixo dele enquanto espécie e gênero. O homem de bem e honesto, sincero, da mesma forma que o melhor dos homens de sua época e um dos melhores homens de todos os tempos que foi Sócrates, tal homem, a exemplo de Sócrates, se for excelente só deve saber que nada sabe, mas que certamente deposita o que possa saber com amor à sabedoria e humildade na santa fé católica romana que é a religião do próprio Deus que atravessou os céus para ter com os homens. Sócrates faria o mesmo se houvesse cristianismo em sua época, depondo aos pés da Santa Igreja de Cristo que subsiste, persiste e brilha na Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja da qual são membros, mesmo que não participem dos sacramentos, todos os homens não alienados de sua humanidade, sobretudo os pobres. Sócrates, o sapietíssimo, depositaria aos pés da Igreja a sua coroa de rei da criação que é todo homem, pondo-se aos pés da Igreja de Deus, a serviço da Igreja, a serviço de Deus e dos homens, sobretudo dos mais necessitados, e não a serviço da própria cegueira, loucura e burrice e com isso querendo arrastar a outros que o idolatrem como deuses, como fazem os ímpios.
A verdade personificada é Deus, sábios são os deuses, diria o filósofo Pitágoras de Samos. A verdade única no Deus único que revelou-se plenamente como trindade santa: família, comunidade, em Jesus Cristo é Alguém, é uma pessoa como Cristo que sendo Deus e homem sem divisão, mostrando o destino divino do homem, mas já na época do Antigo Testamento como diz Isaías, a verdade não sendo apenas palavras acertadas em um discurso, quer dialogar com o homem, põe a alma do homem em movimento, pois sendo conhecimento, verdade pura faz o homem dialogar inclusive consigo mesmo. Dá-lhe vida, desperta-o, chama o homem no santuário íntimo de sua consciência, mas que perdoa-o no sacramento da penitência ressuscitando o homem do mundo dos mortos e antes disso já na fé em Jesus Cristo torna o homem justo, porque a fé em Jesus é o princípio da justiça.
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