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sábado, 23 de maio de 2020

O cristianismo e eu

Autoria: João Emiliano Martins Neto



Resumo: Um rápido esboço de minha relação com o cristianismo em que apesar da minha perplexidade diante da diversidade de confissões cristãs, especialmente a protestante e católica, sendo a protestante a que chama-me mais a atenção por ter me dito pela primeira vez o que seja com maior clareza o que seria o cristianismo.

Nos últimos tempos, acho que nos últimos dois meses, tempos fúnebres de pandemia do novo coronavírus no mundo todo por isso de ausência do cristianismo institucional da Igreja Católica Romana e inclusive das evangélicas, novamente como é recorrente em minha alma, voltou a questão do protestantismo. Eu fui protestante durante uns oito anos de minha vida, a partir do ano de 2006 quando fui rebatizado na Igreja Evangélica Assembléia de Deus (Igreja-mãe/Templo central) de minha cidade de Belém (capital do Estado do Pará), mas voltei a ser católico romano em 2013, retornei por um breve espaço de tempo às hostes protestantes evangélicas, mas voltei a ser católico, enfim, acho que lá pelo ano de 2017, por aí.


Martinho Lutero

De fato, o cristianismo protestante marcou-me como uma noção muito surpreendente e com uma clareza da causa salvadora de Cristo neste mundo do que seja o cristianismo com a ideia protestante de cristianismo que é a da justificação e salvação do homem que é operada pela fé e somente pela fé, sola fide, em Jesus Cristo sem a necessidade de obras, como me parece que é dito com clareza na Bíblia Sagrada em diversas passagens, e onde a questão da liberdade do homem, muito em voga na Igreja Católica, mas se o homem é livre, por que teríamos a necessidade de um Salvador como Jesus Cristo se nossa liberdade, então, poderia tudo, inclusive que evitássemos o mal que nos conduz ao inferno? Por que o protestantismo marcou-me? Segundo o que eu acabei de dizer e eu diria que parece-me um tanto nebulosa a questão do cristianismo no catolicismo que é muito atrelada ao engajamento do homem em uma institucionalidade como a da Igreja Católica Romana através de mil meios como os caritativos, educacionais, em toda uma estrutura grandiosa eclesial e litúrgica, mas sobretudo nos sacramentos, todavia, que essa Igreja não prende nem a Deus e nem o fiel aos sacramentos e quem reconhece tal verdade é uma voz sectária por exemplo a de um padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, voz do inferno mentirosa, porque mente que não sente ao falar do que ele discorda e do que talvez desconheça absolutamente como quando o padreco fala mentirosamente sobre Martinho Lutero, o protestantismo, Hegel ou Karl Marx. O tal padre é um fanático, além de ter a voz fina e ter trejeitos homossexuais e ser um decrépito com aquela batina preta que ele usa, e é um histérico. Deus tem os seus próprios caminhos para além da institucionalidade mesmo sacramental, mas que passa fortemente por este mundo e pelo homem. Deus pode conquistar o homem tocando com toda a evidência no íntimo, no coração do homem, algo oculto ao mundo como no caso da conversão do chamado bom ladrão crucificado ao lado do Cristo e o homem estava ali pregado, preso em uma cruz. Ora, que obra ele poderia ostentar? Ou em outro caso, por exemplo, no batismo de desejo que é quando o catecúmeno, o homem adulto com desejo e em preparação para ser cristão, se ele vir a morrer antes do batismo, contudo o seu desejo de ser batizado, de ingressar na grei sagrada de Cristo lhe é levado em conta de justiça e os seus pecados são perdoados e a sua alma é salva. Mas há uma outra questão em que há um vínculo muito estreito com as obras, e de novo entra a ideia errada da Igreja Católica de que o homem é livre, no caso da participação do fiel à Missa aos domingos, e que fiel católico não se sente ao menos tentado ao orgulho, à soberba, com força, quando vai todo o domingo com sua família burguesa a cumprir a obra e obra em cima de obra ao ir todo tomado banho, bem vestido, cabelo penteadinho, com talco no bumbum e perfume que comprou com o vil metal, o dinheiro que comanda o homem na sociedade que vivemos que é a do capital? Enfim, há um sistema todo de obras e obediência como ao clero que se superpõe, se impõe e se sobrepõe à simples fé que foi a redescoberta de Martinho Lutero em sua leitura da carta aos Romanos de São Paulo (Romanos I,17). Com relação à necessidade do clero no catolicismo como algo externo ao homem é interessante o que diz Karl Marx, o famoso e polêmico economista e filósofo do século XIX, que ele diz que Martinho Lutero superou a religiosidade exterior, pela fé. Lutero teria superado a essência do mundo exterior no sacerdote católico romano ordenado, ou seja, trazendo para o coração do homem a religião mediante a fé o que lhe era externo e uma "idolatria", diz Marx, no sacerdote, pois o homem não poderia se aproximar de Deus sem o sacerdote.



Virgem Maria

Há mais coisas, que à primeira vista parecem confusas no catolicismo, porque também há a devoção aos santos, a começar da Virgem Maria. Eu não discordo de tal coisa, a devoção aos santos, pois eu não a vejo como idolatria como fazem os protestantes mais duros, porque os méritos infinitos de Cristo Jesus que Ele obteve pela salvação objetiva e concreta dos homens em Sua vida e morte de perfeita obediência ao Pai é claro que tais méritos se sobrepõem na escala do infinito aos méritos dos santos que são méritos relativos, a começar dos méritos da Virgem Maria, ainda que méritos superlativos, acima de todos os santos, mas jamais infinitos como os de Cristo.


Karl Marx e Hegel

A questão da justificação pela fé ou somente pela fé, sola fide, como parece ser evidente ao que diz São Paulo em suas cartas como as aos Romanos ou aos Gálatas parece-me, de fato, colocar a fé com a exclusão de obras como o que salva, entretanto, a Igreja Católica por uma síntese mais humanística e científica com o pensamento anterior grego pagão como o de Aristóteles quis adaptar o cristianismo ou traduzi-lo, não sem uma traição, dizem ocorrer em traduções, a ideia cristã de justificação e salvação por Cristo aos pagãos alheios à manifestação gloriosa da graça de Deus em Jesus Cristo, o Messias do povo israelita. Porém, ao meu ver, a razão é, de fato, desafiada no cristianismo a começar do Deus e homem Jesus Cristo sem mistura e sem divisão: divino e com algo de criado e natural que é o que o Cristo é, escandaloso por tal rebaixamento de Deus ao humanizar-se, é escândalo aos judeus, por exemplo, Deus vir a servir, a cumprir os mandamentos pelo pobre homem, tornar-se escravo como os judeus eram chamados de escravos na Antiguidade, todavia o homem é incapaz de dar conta do recado e cumprir a Lei, o Cristo veio e pelo homem cumpriu as regras. E o Deus e homem Jesus Cristo é loucura para os gregos, porque, na minha opinião, o homem para o grego podendo ser apenas o filósofo, entretanto, em Cristo o sábio que só pode ser o divino humanizou-se, tornou-se homem em Cristo Jesus e o homem Cristo é o sábio e não mais apenas filósofo sendo o Cristo a própria sabedoria encarnada. Também ainda a questão de Aristóteles, aponta para a ética das virtudes que se dá pelo hábito, enquanto o cristianismo escandalosamente e como coisa de louco para os gregos e para o padre Paulo Ricardo coloca a justificação e a virtude do homem não no hábito, mas na fé em Cristo ou somente na fé em Cristo, acentuam os protestantes.


Ícone mais antigo do Apóstolo São Paulo encontrado em Roma

Bom, meus amigos leitores, é basicamente este, acima, um rápido esboço de minha relação pessoal com o cristianismo. Há também a questão moral da homossexualidade que para mim é uma luta terrível contra tal coisa, e diante da qual eu já fui derrotado diversas vezes, contudo ainda bem que é Cristo que venceu pelos homens, e n'Ele somos mais que vencedores, escreveu São Paulo na Bíblia Sagrada. O sexo é assim mesmo, porque é por natureza, à maioria dos homens, a questão do apelo forte animal a muitos e o homem é outrossim um animal ainda que racional e no caso da homossexualidade já que a mesma é um desafio a Deus, então, o diabo impulsiona o homem com a tendência homossexual a desafiar o seu Criador.

O cristianismo é algo que toca no meu coração profundamente, o cristianismo apaixona-me, é uma via de libertação crassa, sobretudo na via cristã luterana da ideia de justificação somente pela fé. Eu só sei que a causa de Jesus Cristo é algo que me move, apela ao meu desejo forte por libertação, mobiliza-me para agir, porque é conforme diz o Apóstolo (São Paulo), "caritas Christi urget nos", o amor de Cristo nos constrange, porque conduz o homem à sabedoria que é o de ganhar almas, como diz a Bíblia, e no protestantismo eu noto que mais do que no catolicismo o homem sabendo-se justo e salvo pela simples fé, somente pela fé e não por obras, sai logo o homem de si e de sua sacristia para conquistar o mundo, para ressuscitar o mundo morto e sepultado em seus delitos em pecados.

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