Autoria: João Emiliano Martins Neto
Eu vejo dois sintomas de uma doença de obsessão politizante dos dias atuais que é ora a hierarquização, à direita e a democratização, à esquerda, essa mais antiga e que no ocidente nunca conseguiu pautar tão fortemente como hoje o debate da política. Por ser obsessão pelo menos aqui no fim do mundo que é o Brasil conduz mal e porcamente o tema da política ou da má política e por ser a má política é apenas a guerra de facções de bandidos em disputa de narrativas, o velho discurso sofístico pretextual de ideologias. O tema da política é importante para a humanidade, o tema da política que é a administração da pólis que é uma extensão da alma humana pelo menos era assim que os gregos antigos viam a pólis depois na modernidade com Santo Agostinho e o desmoronamento do Império Romano da época do santo, a ordem, unidade, verdade passou-se a encontrar-se no interior do homem o que resultou na fase degenerada recentíssima na ideia da livre escolha por bens da sociedade da troca capitalista e que se dane a necessidade humana por bens. Tais sintomas de obsessão politizante, hierarquização e democratização perfazem da má política hodierna ocidental polarizada entre facções que pervertem o debate, ora em hierarquização, e ora em democratização, a primeira à direita e mais comum dado ter sido a direita ou extrema-direita ocidental ter conseguido pautar o que seja a política ou a má política na maioria dos casos onde a hierarquização, à direita, parece ser mais sã ao reconhecer o princípio de autoridade nos pais, nos professores, no rei ou mesmo vá lá no governante republicano eleito democraticamente, apesar da diluição democrática, e a segunda forma de obsessão politizante ou de forma mal feita da política ao politizar que é a democratizante que era mais a do passado à esquerda antes da recente polarização política ocidental com o agravante brasileiro de que não havia uma direita ou mais propriamente uma extrema-direita, delirante, extremista e que até está se mostrando terrorista com homens-bomba explodindo-se na frente do Supremo Tribunal Federal na Praça dos Três Poderes em Brasília inspirada em Olavo de Carvalho. A antiga democratização de tudo, o igualitarismo radical nivelando por baixo na consulta às paixões e ignorância das massas, apesar do princípio de justiça ser algo igualitário ao dar a cada um o que lhe é devido igualando-os na distribuição equitativa do lhes cabe de forma imparcial dando a cada um os bens ainda que desigual conforme o caso, lembrando aqui da velha aporia do diálogo com Sócrates que chegou ao impasse de como dar o que é devido à uma pessoa louca a arma que lhe cabe, se eu bem me recordo do diálogo platônico aporético. A democratização é o regime das multidões como são multidão as paixões, são legião, tumultuosas que confundem, desviam do bem e distraem as paixões humanas como se no recesso do lar, por exemplo, pudesse haver uma consulta à multidão republicana e democrática dos filhos sobre como conduzir o lar, a família.
A obsessão politizante quando tende à democratização pelo supra exposto parece ser a mais doentia e nestes nossos dias modernos ou modernos tardios, pós-modernos, é a consequência do regime econômico do capital onde uma massa, a massa algo da democracia com seus demagogos que manipulam tais massas semelhante aos sofistas da época de Sócrates, é explorada pelo capital que faz o esbulho da mais-valia de seu trabalho, que explora os proletários no que um dia pode resultar como no passado em uma nova revolução socialista com os trabalhadores tomando as rédeas da produção dos bens que eles mesmos suaram as suas camisas para efetivá-la.
A hierarquização no extremismo de direita resulta em autoritarismo, tirania, em um elitismo, farisaísmo onde impera o amor-próprio, a vaidade, o filho é ingrato com relação a Deus que é o pai por excelência, por exemplo, que dotou de bens alguns de seus filhos e não dotou a outros. É na direita ou na extrema-direita onde impera a posição política, social e econômica de mando, da classe patronal, da classe média que como papagaios e macacos imitam os ricos e defendem-nos com uma ideia, é na extrema-direita onde imperaria a hipocrisia, a opressão, a ditadura. Não que a democratização não possa gerar até mesmo uma ditadura, o próprio Karl Marx preconizava uma ditaudra do proletariado, mas mesmo aí há uma sabedoria da esquerda de que pelo menos tomam as rédeas da situação os oprimidos pelos fariseus, oprimidos que não raro veem, sentem em suas costas sendo descarregado um pente de balas de policiais violentos como recentemente policiais do Estado de São Paulo que mataram um pobre homem negro que afanou uns bens de primeira necessidade em um mercado no Estado de São Paulo o que é um flagrante exagero e era Santo Tomás de Aquino, se eu bem me recordo, que preconizava que se pode furtar em caso de necessidade, de fome.
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