Autoria: João Emiliano Martins Neto
Resumo: Uma reflexão minha sobre o porquê eu sou católico romano aonde baseio-me na realidade das coisas para fazer tal opção pelo catolicismo romano.
Há alguns poucos meses atrás eu escrevia sobre reflexões em torno de perplexidades reais minhas no que se refere ao cristianismo estar dividido em católicos e protestantes. Eu mesmo fui protestante durante uns oito ou nove anos de minha vida. Eu mesmo participei da fé protestante que de fato toca os sentimentos do homem e o homem passa por algo como uma parte do seu íntimo que simplesmente não calcula e delibera friamente como se o homem um anjo fosse e não tivesse um corpo ou como se o homem fosse simplesmente uma peça de um maquinário cósmico a serviço de verdades universais, gerais e necessárias nenhum pouco humanas ou inconscientes negando ao homem de alguma forma o que lhe caracteriza que é a sua liberdade. Segue-se que algum tempo depois diminuídas as precauções sociais de isolamento social no mundo com relação à atual pandemia do novo coronavírus que vem dominando e tragicamente matando as mentes e os corpos neste ano da graça de 2020 a minha arquidiocese, a de Belém do Pará (Brasil), voltou à de forma gradual e serena a celebrar o Santo Sacrifício da Missa. Voltei, então, à santa Religião romana e católica alegremente e de forma penitente por ter afastado-me das coisas espirituais durante os primeiros tempos de pandemia.
Como um raio de luz algo acerca da liberdade humana a santa Fé católica romana iluminou-me. É bem conhecida da ideia de Martinho Lutero e de João Calvino, os precursores da Reforma e principais reformadores, com relação à escravidão da vontade humana ou de que o homem seria impedido por sua natureza corrompida pelo pecado original de colaborar com a graça divina. Mas a Fé católica por sua divindade e santidade bem conhece o homem e sabe que ele é alguma coisa, diria o filósofo Olavo de Carvalho ao falar da questão de livre arbítrio e determinismo, e alguma coisa que o homem é, de fato, que ele é uma criatura racional e como tal normalmente pode conhecer a verdade e pode ser livre. Não é só a Fé sozinha que justifica o homem, se bem que a Fé é o princípio da justificação coisa que não nega um papa como São Pio X insuspeito de ter sido um homem liberal. A Fé mobiliza o homem, porque o amor de Cristo nos constrange, diria São Paulo, desperta-nos a agir, fazendo a Fé operar a respondermos em amor não por apego à letra da Lei que mata, mas ao seu espírito da Lei que é amor a Deus sobre todas as coisas e por isso mesmo por verdadeiro respeito e amor aos homens como a nós mesmos.
Se o homem não fosse livre ele não seria alguma coisa humana e como tal não seria um ser moral, com méritos por sua liberdade de optar entre o bem e o mal e inteligente, capaz de conhecer e conhecimento é acesso à verdade por um diálogo da alma consigo mesma da forma como conceitua o conhecimento o filósofo Platão. Eu entendo que se o homem não tivesse essa dignidade o próprio Deus não teria se feito homem em Jesus Cristo sendo inseparavelmente, sim, inseparavelmente Deus e homem, ainda que sem mistura, a fim de restaurar e imagem e semelhança que o homem guarda em relação ao seu Criador.
Por tudo isso e também, porque infelizmente as comunidades de irmãos separados protestantes são muito divididas entre si, caro amigo leitor, eu me digo um católico romano, porque, de fato, concretamente o catolicismo romano corresponde à verdade do que seja o homem. Ainda que o homem antes do batismo e da Fé cristã em sua vida esteja morto e sepultado em seus delitos e pecados, como diz São Paulo, contudo o homem pode algo saber da verdade que é Deus em seu poder, glória e realeza por meio da natureza, como também diz São Paulo e o autor do livro deuterocanônico da Sabedoria. Pela natureza ou a criação Deus dá pistas acerca de Sua Pessoa excelsa o que torna todo homem indesculpável e culpável, sendo que mesmo sem a Lei de Moisés e mesmo sem o Evangelho todo homem será julgado no Juízo Final e desde já em sua vida mais cotidiana pelo tribunal de sua consciência, dada por Deus, aonde a glória, realeza e poder de Deus refulge como em um santuário particular que todo homem tem dentro de si e aonde ele encontra-se de alguma forma com o seu Deus ao olhar-se no espelho que há em si mesmo e que mostra-lhe a feiura ou a beleza que é tal ou qual homem conforme as suas obras o enfeiem ou o embelezem.
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