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Olavo de Carvalho   " Um filósofo não estuda autores e textos. Estuda problemas, estuda a realidade, estuda a existência e seus enigmas...

sábado, 25 de janeiro de 2014

Coluna Social

Por Gustavo Nogy

 ROLEZINHO É TROMBADINHA ATRÁS DE SEU ROLEXIZINHO.

MAIS UM POUCO e o governo baixa decreto: “Não se admite a morte de homossexuais no país!”. Homicídio já nem será o caso. Homossexual nenhum morrerá: nem de causas naturais, nem de doenças genéticas, nem de acidentes de trânsito, nem por conta de guerras nucleares e, naturalmente, nem por suicídio.

Kaíque Augusto, 17, jogou-se de viaduto do centro de SP. Triste, profundamente triste. Eu lamento. Chesterton dizia que "O homem que mata um homem, mata um homem. O homem que se mata, mata todos os homens". O suicídio é a forma mais teologicamente triste de se matar alguém. Um homicida mata um outro homem: alguém por quem se nutra ódio, desprezo, paixão. O suicida mata, ao matar-se a si mesmo, a idéia de que existam homens.

No entanto, ainda pior do que um suicídio – banal, cotidiano, anônimo – é o suicídio ideologicamente absorvido. Maria do Rosário – que não honra o nome uma única vez na vida – se apressa em fazer da tristeza, palanque: “As circunstâncias do episódio e as condições do corpo da vítima, segundo relatos dos familiares, indicam que se trata de mais um crime de ódio e intolerância motivado por homofobia. De acordo com dados do Relatório de Violência Homofóbica, produzido pela Secretaria de Direitos Humanos...”. Ela não esperou que as investigações avançassem. Ela queria o cadáver ainda quente – e vermelho – para disparar suas bravatas e justificar o orçamento.



Governos ruins incomodam os vivos. Governos horríveis incomodam os vivos e os mortos. O PT não admite que nada viva ou morra à margem de sua influência. O PT não reconhece nem o 'Campo Santo'. “Que os mortos enterrem seus mortos”, no Brasil, já vai se tornando privilégio.

20 de Janeiro

JEAN WYLLYS, o deputado gay, líder da bancada gay, que defende as causas gays, quer agora criar ou legitimar a torcida gay, no futebol. Ele só pensa naquilo. Aliás: ele só pensa naquilo com o meu dinheiro. Com o seu dinheiro.

Para o nobre representante dos gays, faltam gays nos estádios, nos gramados, nos vestiários, nas cadeiras numeradas, nos camarotes, na barraca do cachorro-quente. Faltam cambistas gays, dirigentes gays, centroavantes gays, meias-armadores gays, guarda-metas gays, corneteiros gays, gandulas gays e, muito naturalmente, massagistas gays. É com isso que ele se preocupa. 

O mundo queima à volta, as crianças queimam à volta, mas ele está mesmo preocupado porque “As torcidas organizadas são homofóbicas. Para ser homofóbico, não precisa matar um gay. Basta mostrar e exercitar o preconceito que está arraigado”. 

Então o preconceito não precisa ser nem violento ou explícito, basta estar “arraigado” e ser “exercitado”. É o preconceito sutil, olha que perigo. O homofóbico é tão, mas tão sutil que a homofobia está lá, arraigada, pedindo para sair, para dar às caras, para ver a luz do dia, coitada, e o homofóbico cheio de sutileza não permite.
Eu, sinceramente, não sei bem se tenho arraigada em mim a homofobia de que ele fala, mas estou certo de uma coisa: tenho preconceito nada arraigado contra patifes contumazes. Especialmente aqueles que “exercitam” suas estupidezes com o meu dinheiro. Imagina na Copa.

17 de Janeiro

DETESTO (e desprezo) ajuntamentos. Dizer que são jovens da periferia, me desculpem os comovidos, não comove. O problema não é que os jovens venham da periferia. Eles sempre puderam vir, oras. E eu venho da periferia, mas nunca me ocorreu combinar com mais alguns milhares de barbudos amistoso encontro seja onde for.

O problema é que sessenta, seiscentos, seis mil dos tais jovens da periferia venham todos de uma vez, para o mesmíssimo local, sabe-se lá com quais intenções – as alegadas e as não alegadas – sob a batuta de algum sabujo fazendo vezes de sociólogo.

Há pouco passei por uma aglomeração dessas, relativamente pequena. Mas ainda assim: uns bebem, outros dão tapas nos carros que passam, alguns não pretendem permitir que os carros passem, enquanto aqueles fumam qualquer coisa suspeita e vocês sabem o que mais. Há quem veja alguma sociologia vagabunda, travestida de conflito de classes. Professores da USP estão aí para isso mesmo, e não os culpo. Se não fizessem nem isso, fariam o quê?

Mas não há classes, ali. Não há rigorosamente nada. Há, isto sim, os sessenta, os seiscentos, os seis mil jovens da periferia aglomerados, personagens de uma narrativa na qual eles não se reconhecem. Não foi um dos representantes do “rolezinho” quem disse: “Nós queremos consumir”? Pois bem, a ironia é esta: “Pobre gosta de luxo. Quem gosta de pobreza é intelectual”, dizia, montado na razão, Joãozinho Trinta. Os tais jovens da periferia, para desespero dos ideólogos, não querem ideologia. Querem capitalismo. Selvagem, se preciso. O que houver à mão.


11 de Janeiro

O BRASIL é um país único. Ainda bem.
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Comentário do editor-chefe deste blog: ROLEZINHO É TROMBADINHA ATRÁS DE SEU ROLEXIZINHO.

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