Qua, 09 de Junho de 2010 11:32
A Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito policial para investigar os irmãos Jônatas, Dan e Samuel Câmara, a Igreja Assembleia de Deus e a Fundação Boas Novas - entidades dirigidas por eles - por suspeita de ‘lavagem de dinheiro' e evasão de divisas. O inquérito está no site do Tribunal Federal da 1ª Região, no processo 2005.01.00. 000005-4. A investigação foi confirmada pelo superintendente da PF no Amazonas, Sérgio Fontes. Jônatas é presidente da Assembleia de Deus no Estado, Samuel dirige a igreja no Pará e Dan Câmara é pastor da igreja e comandante-geral da Polícia Militar (PM) do Estado. Segundo o superintendente da PF, o inquérito é um desdobramento das investigações da operação Farol da Colina, deflagrada em setembro de 2004, que apurou crimes de lavagem de dinheiro e remessa ilegal de recursos para o exterior envolvendo empresários de sete Estados, incluindo o Amazonas.
Na época, a PF descobriu que havia nos Estados um esquema milionário de evasão de divisas, com o envio de dinheiro a uma conta de um banco em Nova York, nos Estados Unidos, o ‘Beacon Hill Service Corporation'. O dinheiro, de acordo com a PF, foi enviado no período de 1999 a 2002. Os valores variavam de R$ 30 mil a R$ 20 milhões, sem declaração ao fisco.
Um ano depois de deflagrada a operação, a PF abriu 350 inquéritos, informou, na época, o ex-superintendente da instituição, Kérsio Pinto.
Sérgio Fontes disse que entre os inquéritos originados da operação Farol da Colina está uma investigação contra os irmãos Câmara.
"Documentos e gravações de escutas telefônicas da operação mostraram indícios de que os referidos pastores enviaram grandes quantias ao exterior, naquele caso envolvendo a conta do Beacon Hill (banco de Nova York). Por isso, decidimos instaurar um inquérito para apurar as informações", declarou.
Sobre a investigação do crime de lavagem de dinheiro, o superintendente disse que não podia falar sobre o assunto para não atrapalhar as investigações. A lavagem de dinheiro é uma forma de tornar legítimo o dinheiro obtido de maneira ilícita.
De acordo com o superintendente da Polícia Federal, o inquérito em que os três dirigentes da Assembleia de Deus são investigados não foi concluído e informações ainda estão sendo apuradas.
"Precisamos deixar claro que se trata de uma investigação e, até agora, não se tem culpados", afirmou.
COMPLEXO
O delegado federal Eduardo Izel - que apura as denúncias contra os irmãos Câmara - disse que as investigações, iniciadas em 2004, ainda não foram finalizadas porque ‘muitas' pessoas precisaram ser ouvidas, principalmente, fora do Brasil.
"Esse inquérito é muito complexo, porque muita gente foi ouvida e algumas eram de fora do Brasil", explicou Izel.
Ele disse que, até o final deste mês de junho, o inquérito será concluído e enviado à Justiça. O delegado informou também que, até o final deste mês, mais duas pessoas serão ouvidas. Ele não quis identificá-las, alegando segredo de Justiça.
De acordo com o site do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), o inquérito contra os irmãos Câmara e a Assembleia de Deus já teve pelo menos 62 movimentações desde o dia em que foi instaurado em 2 de dezembro de 2004. Atualmente, o processo está na Polícia Federal para o cumprimento de diligências. Além do delegado federal Eduardo Izel, também atua no processo o procurador da República Ageu Florêncio que, segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público Federal (MPF), está de férias.
Fonte primária: Diário do Amazonas / Gospel+
Fonte secundária: LPC Comunicações
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