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O que um filósofo estuda? | Olavo de Carvalho

Olavo de Carvalho   " Um filósofo não estuda autores e textos. Estuda problemas, estuda a realidade, estuda a existência e seus enigmas...

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Katyn, a grande intriga

Autoria: Luiz Carcerelli do site Nova Democracia

 

A morte recente do presidente da Polônia, Lech Kaczynski, e outras 96 pessoas, num acidente aéreo em 9 de abril, deu aos reacionários de plantão pelo mundo mais um gancho para trazer à tona intrigas e difamações contra a União Soviética e Stalin. Acontece que a comitiva se dirigia a Katyn, localidade próxima de Smolensk, na Rússia, para prestar "homenagens" a supostas vítimas polonesas dos serviços secretos do Exército Vermelho. Imediatamente o monopólio dos meios de comunicação do mundo todo ressuscitou o caso, do qual se falou mais até do que da morte do presidente polonês. 

 
Genocídio nazista é desmascarado. A grande mentira sucumbe aos fatos

O massacre de Katyn ficou assim conhecido através de uma intriga nazista que data de 1943, quando acusaram o Exército Vermelho de ter executado com tiros na nuca a cerca de 10 mil poloneses, principalmente militares. Os nazistas anunciaram uma "investigação" no território ocupado por eles, com a ajuda de um governo títere e de uma Cruz Vermelha coagida e enquadrada, para chegarem a conclusão de que não foram eles, e sim os soviéticos que cometeram tal atrocidade.

Para entender Katyn é necessário entender primeiro o papel desempenhado pela Polônia no panorama europeu e o Pacto de Não-Agressão assinado pela URSS e a Alemanha nazista.

A Alemanha, que saiu destroçada da Primeira Guerra Mundial, foi reerguida e rearmada pelos países imperialistas e tinha propósitos expansionistas, principalmente contra a URSS e o socialismo. No entanto, sabia que consolidar uma posição forte na Europa era fundamental e abrir uma guerra com dois fronts seria suicídio.

A URSS, por outro lado, não tinha dúvidas que um ataque nazista a seu território era questão de tempo e por mais que as contradições interimperialistas estivessem se agravando era ela, a pátria do socialismo, o inimigo jurado de todas as potências imperialistas. Sabia que em caso de agressão nazista deveria contar apenas com suas próprias forças e ter uma estratégia precisa, pois os possíveis aliados esperariam um desgaste das duas partes antes de intervir. Tais suspeitas se confirmaram com a demora da abertura da segunda frente iniciada com o desembarque da Normandia, já no fim da guerra. A URSS Precisava de tempo para se preparar política, econômica e militarmente para o confronto inevitável. Não por acaso a diplomacia revolucionária soviética trabalhou arduamente toda a década de 1930 por um acordo de não-agressão com a Inglaterra, França e inclusive com a Polônia, acordo jamais realizado.

Em 23 de agosto de 1939, o Pacto de Não-Agressão entre a URSS e a Alemanha é assinado e até hoje reacionários e oportunistas de todos os matizes acusam a URSS de ter dado a senha para o início da guerra. O que esquecem de se referir é que teria sido suicídio não se preparar para enfrentar a Alemanha armada até os dentes e que todas as potências imperialistas olharam para o outro lado, tanto no caso da Polônia como da Tchecoslováquia, Bulgária, etc., até que os nazistas desfilaram em Paris. Com o Pacto, a URSS entrou em um esforço monumental em que fábricas foram mudadas de lugar, armas foram aperfeiçoadas e produzidas em massa, estradas abertas e o principal, massas foram preparadas política, ideológica e militarmente para enfrentar o inimigo. O fato é que o Pacto permitiu a preparação e a ordem de resistir até o último homem em Moscou, Leningrado e Stalingrado, sendo essas as duas pedras fundamentais da vitória sobre o nazi-fascismo. Não é de se estranhar que sejam justamente elas que mais queixas e lamúrias levantem da reação.

Neste cenário a Polônia desempenhava papel fundamental: era a única barreira entre a Alemanha e a URSS, Hitler queria ocupá-la prontamente e a necessidade de criar ali a primeira linha de defesa do território soviético também era premente. Ademais, o pacto estabeleceu que a URSS ocuparia apenas o território com maioria da população ucraniana, bielorrussa e russa, que então compunham a união das nações soviéticas.

A guerra se desenvolveu rapidamente e em 1941 parte significativa do território soviético já estava ocupado, incluindo a região de Smolensk, onde se situava Katyn. 

 

Foto da execução de prisioneiros em Katyn
encontrada com soldado nazista ao fim da II Guerra

Em 11 de abril de 1943, autoridades nazistas começam a difundir a patranha de Katyn. Afirmando que haviam descoberto, dois meses antes, covas coletivas com cerca de 10 mil oficiais poloneses assassinados pelos soviéticos, supostamente em 1940. Surpreende o fato de tal "descoberta" bombástica ter sido feita apenas dois meses após a derrota dos nazistas em Stalingrado e o consequente início da contra-ofensiva soviética. 

 

O que ocorreu

Em 1919, no fim da 1ª Guerra Mundial, estabeleceu-se a chamada "Linha Curzon", que delimitava a fronteira entre a Polônia e a jovem pátria proletária. Insatisfeitos, os poloneses se aproveitaram da fragilidade militar dos revolucionários russos e avançaram a oeste da linha, tomando grande extensão do território russo.

Em 17 de janeiro de 1939 a URSS ocupou o território a oeste da Linha Curzon e imediatamente iniciou a distribuição de terras aos camponeses, implementando também outras medidas populares e democráticas. Durante a batalha para retomar estes territórios, 10 mil oficiais e soldados poloneses foram feitos prisioneiros de guerra, sendo utilizados na construção de estradas, etc.

Durante a invasão nazista à URSS em 1941, a Ucrânia foi ocupada muito rapidamente e não houve tempo para a evacuação de todos os prisioneiros, razão pela qual os poloneses se converteram em prisioneiros de guerra alemães.

Eis que em abril de 1943 os alemães anunciam a descoberta das fossas com as vítimas do massacre, atribuindo as mortes aos soviéticos num momento crucial da ofensiva do Exército Vermelho. Não é difícil imaginar o que houve com os prisioneiros poloneses, mas mesmo assim ainda há testemunhos que confirmam a morte dos poloneses pelas mãos dos carrascos hitlerianos.

Maria Alexandrovna Sashneva, professora de uma escola primária local, declarou a uma comissão especial organizada pela União Soviética em setembro de 1943, imediatamente depois de o território ser libertado dos alemães, que em agosto de 1941, dois meses depois da retirada soviética, o que lhe disse um prisioneiro polonês fugitivo. Seu nome era Juseph Lock e relatou dos maus tratos sofridos sob a ocupação alemã:

"Quando os alemães chegaram, se apoderaram do campo de prisioneiros poloneses e estabeleceram um regime estrito. Os alemães não consideravam os poloneses como seres humanos. Os oprimiram e humilharam de todas as maneiras possíveis. Disparavam nos poloneses sem motivo algum. Ele decidiu fugir..."

Outros relatos revelam as pressões sofridas pelas "testemunhas" do massacre.

Parfem Gavrilovich Kisselev, habitante da região de Katyn, foi preso torturado e obrigado a assinar um documento onde dizia ter testemunhado a execução dos poloneses pelos soviéticos. Quando pensava que o pesadelo havia acabado, foi novamente obrigado a testemunhar perante uma comissão polonesa, mas não confirmou a versão nazista e de novo foi preso e surrado, até que repetisse a história ditada pelos carrascos alemães. Muitos confirmaram o depoimento de Kisselev e um exame confirmou as torturas a que foi submetido.

Outros testemunhos dão conta de que seria impossível, no estado que se encontravam os corpos, que os mesmos estivessem enterrados por três anos, como diziam os nazistas. Os cadáveres não estavam decompostos, como seria de se esperar de uma vala comum, mas com partes bastante íntegras e mantinham os membros quando eram puxados para a superfície sem nenhum cuidado.

Por fim, até o próprio Goebbels em mais de uma oportunidade deixaria registrado que tudo não passava de propaganda contra a URSS. Em seu diário, ele escreveu em 18 de maio de 1943: "desgraçadamente a munição alemã foi encontrada em Katyn. É fundamental que este incidente se mantenha em segredo. Se for conhecido pelo inimigo todo o assunto de Katyn terá que ser abandonado."

A correspondência secreta

A campanha difamatória sincronizou a imprensa nazista e a imprensa polonesa colaboracionista e é bastante esclarecedor acompanhar a correspondência entre Stalin e Churchill1 neste período.

Em 21 de abril Stalin escreveu "... A campanha de difamação contra a União Soviética, iniciada pelos fascistas alemães, a respeito do extermínio, por eles, dos oficiais poloneses na zona de Smolensk, em território ocupado pelas tropas alemãs, foi imediatamente acolhida pelo governo do Sr. Sikorski e alçada por todos os meios pela imprensa oficial polonesa. O governo do Sr. Sikorski, não só não fez nada frente a essa calúnia fascista contra a URSS, como nem sequer achou necessário dirigir-se ao governo soviético para pedir explicações ..."

Stalin comenta então que os dois governos, nazista e polonês, chamaram a Cruz Vermelha para participar da investigação, que se viu obrigada a fazê-la em um regime de terror. Comenta ainda que a forma sincronizada como tal campanha foi iniciada indicava a existência de acordo entre os dois governos.

Finaliza a carta afirmando que o governo soviético concluiu pela necessidade de romper relações diplomáticas com o governo polonês no exílio. 

 

Cena do filme Katyn, do polonês Andzej Wajda, que tenta reacender a intriga nazista

No dia 23 Churchill responde "... Nos oporemos energicamente, está claro, a uma ‘investigação' da Cruz Vermelha Internacional ou de qualquer outro organismo em território dominado pelos alemães. Uma investigação deste gênero seria uma enganação e seu veredito seria obtido por intimidação. Mr. Eden se reunirá hoje com o Sr. Sikorski para pedir-lhe que renuncie a dar apoio moral a uma investigação feita sobre a proteção dos nazistas. ..."

Churchill passa então a falar da "posição difícil" de Sikorski, que se ele fosse substituído poderia ser pior, e a tentar convencer Stalin a não romper relações. Sem dúvida, manter relações com governos reacionários era importante para Churchill e a difamação da URSS em nada lhe atingia, ao contrário. Mas para a URSS, manter relações com o governo reacionário polonês era, no mínimo, admitir a possibilidade de culpa. Assim sendo, em 25 de abril Stalin, em um curto bilhete, agradece o envolvimento de Churchill, mas afirma que já havia tomado as providências para o rompimento.

Nas cartas seguintes, datadas de 25 e 30 de abril, Churchill demostra seu caráter dúbio. Afirma que existiam diferenças entre as posições polonesas e nazistas, que os poloneses haviam inquirido os soviéticos sobre o assunto e que após enérgica intervenção britânica Sikorski havia se comprometido em não insistir em que a Cruz Vermelha fizesse a investigação. Logicamente tais iniciativas eram apenas de fachada, uma vez que o estrago já estava feito e os nazistas não parariam por causa dos protestos do governo títere da Polônia.

Churchill repassa uma petição do governo polonês para que seja autorizada a saída de poloneses em território russo e iraniano para sua incorporação no exército.

Insiste ainda no problema do rompimento de relações estre a URSS e a Polônia e se compromete a "chamar à ordem e à disciplina" "a imprensa polonesa em Londres, que obviamente também participava da campanha difamatória". Afirma ainda que "... Até agora tem sido uma vitória de Goebbels. Este se inclina atualmente com o maior zelo à idéia de que a URSS organizará um governo polonês em território russo e só negociará com ele. Nós, naturalmente, não poderíamos reconhecê-lo e seguiríamos mantendo relações com Sikorski ..."

Stalin responde em 4 de maio afirmando que até a data da carta a campanha difamatória não havia encontrado resistência em Londres, que julgava desnecessário desmentir a articulação de um governo polonês em território russo e que o governo soviético nunca havia imposto obstáculos à saída de soldados poloneses da URSS.

O fato é que ao desfraldar a patranha de Katyn, Hitler prestava um grande serviço a seus colegas imperialistas. Tentava vender a imagem de que os comunistas eram tão ruins como os nazistas. De fato, após a aniquilação do nazismo pelo Exército Vermelho, Katyn vem sendo usada para difamar o socialismo e tentar diminuir a importância da URSS na guerra.

Não por acaso, em 2009 estreou o filme Katyn, do polonês Andrzej Wajda, requentando a intriga nazista. Porém, apesar de filmes sobre a Segunda Guerra terem rendido muita bilheteria para Hollywood, quer enaltecendo a invasão da Normandia, quer tentando "queimar o filme" da URSS, o papel destacado do povo dos sovietes liderados pelo Marechal Stalin é indelével. Seguirá sempre nas mentes e nos corações dos povos como a lição de bravura e desprendimento de um povo para derrotar a besta mais reacionária que já surgiu.

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1 Primeiro-ministro britânico.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O aborto na Argentina e a relevância ou não do cristianismo

Autoria: João Emiliano Martins Neto

 

Mulheres comemoram na Argentina a aprovação do aborto legal

Resumo: Uma reflexão sobre a relevância ou não do cristianismo para o mundo baseado no fato da aprovação do aborto legal na Argentina neste mês de dezembro de 2020.


Nesta madrugada deste dia 30 de dezembro de 2020, às quatro horas da manhã, hora local, foi aprovado na Argentina o aborto legal por 38 votos a favor, 29 contra e 1 abstenção. A questão da defesa da vida é central nos diferentes matizes de tradições cristãs mais conservadoras. Eu penso que é interessante que a defesa da vida do nascituro é que é o central, porque mesmo que uma mulher possa conceber um ser humano fruto de um estupro ou que a sua vida corra risco de morte por causa do ser que está portando em seu ventre, tanto o estupro, um crime brutal quanto o risco de morte da mãe são coisas ruins acidentais, mas provocar a morte com um aborto incorre-se no dolo de matar-se livremente e conscientemente a um ser humano indefeso. Eu já ouvi falar que há implicações para a saúde da própria mulher que aborta, a exemplo do câncer de mama em seios prontos para a lactação, amamentação do bebê, e há casos de mulheres que contraíram a depressão em virtude do aborto cometido


Isto posto, e a relevância ou não do cristianismo no debate do aborto e nas questões humanas, em geral, como fica? Bom, no cristianismo o próprio Deus fez-se homem em Jesus Cristo, unindo em Si mesmo humanidade e divindade até ao ponto de derramar o Seu próprio sangue para a honra e glória de Deus e por amor a todos os homens, a fim de salvá-los. Santa Gianna Beretta Molla foi um exemplo luminoso de uma santa dos tempos atuais que na Itália deu a sua vida para que um filho nascituro não morresse. Tal qual Deus, ela deu a sua vida para em tudo amar e servir; amar, honrar e glorificar a Deus e amar o seu filho, honrar e glorificar a vida que é Deus mesmo. A relevância do cristianismo, a relevância dos cristãos está no tributo de amar e servir à causa da vida até o fim, sendo mártires por isso, se preciso for, tal qual o Cristo foi mártir, Santa Gianna e tantos outros mártires e santos que se tiveram no Cristo que serviram, Ele, a união indivisível de homem e Deus, eles como homens, tão homens quanto o Cristo, souberam responder à vocação divina do homem servindo e amando a Deus e aos homens, sobretudo os pobres e mais sobretudo ainda um dos mais pobres dos homens que são os seres humanos que ainda estão gestação.


Sim, há relevância no cristianismo, porque é a religião ou filosofia de vida do amor, isto é, da dedicação à utilidade pública, do serviço a Deus acima de todas as coisas e aos homens mesmo que ao custo de sangue, contudo de jamais tirar a vida deliberadamente de um ser humano, principalmente se for um indefeso nascituro e que também jamais se queira tirar a vida ainda que a um inimigo, um agressor, mesmo que pela legítima defesa ou através da pena de morte, por amor, por serviço até o fim poupando a sua vida.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Olavo de Carvalho, do autoconhecimento ao mergulho nas trevas

Autoria: João Emiliano Martins Neto

 

Olavo de Carvalho

Resumo: O caminho de Olavo de Carvalho para o inverso do que ele entende como Filosofia, isto é, o mergulho de Olavo nas trevas.


Graças ao bom Deus eu já descobri que a raiz, o que seja a filosofia de Olavo de Carvalho encontra-se na definição que ele dá à Filosofia. Ou seja, Filosofia seria para Olavo, a busca da unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa. Isto é, a nota profunda da filosofia de Olavo é que conhecimento é autoconhecimento. Ponto. Muito bem, mas qual foi a reta final de Olavo nestes tempos que são talvez os últimos da vida dele, pois ele já está velho? É um homem, como diz Martin Vasques da Cunha, que a questão do coletivo: a obsessão dele pelo tal fantasma do comunismo que o assombra e o liberalismo individualista atomizante capitalista materialista porco e exploratório dos mais pobres da parte da direita que ele defende, tais coisas o submergiram, fizeram submergir a consciência, a lucidez mesmo dele.

 

Para começo de conversa, eu não sei como alguém se entende cristão, e o tal Olavo diz-se ser cristão, é contraditório se tal pessoa não é comunista, comunista cristã. A Bíblia Sagrada, a fonte no cristianismo no Novo Testamento prega claramente e sem nenhuma sombra de dúvida um comunismo cristão em Atos dos apóstolos, capítulo 2, versículos 44 e 45 e no capítulo 4, versículos de 32 a 37. Não precisa ser um comunismo como o marxista que é ateu, apóstata, logo, tão materialista quanto o capitalismo, mas é um comunismo, por conseguinte, eu não sei como pode o Olavo dizer-se tão culto e ainda mais, cristão, e não ver uma tal obviedade. Onde está o autoconhecimento deste homem que ensina conhecimento como autoconhecimento se ele parece desconhecer o que é ser cristão e ao que se sabe Olavo não se pretende secular?

Folha de S. Paulo reescreve mentiras sobre Stálin e o socialismo

Autoria: Thales Caramante do Site A Verdade

  

FALSIFICAÇÕES – Após a morte de Stálin, os jornais da burguesia começaram a propagar uma campanha de difamação contra o socialismo que não corresponde à ética jornalística. (Foto: Reprodução/Klimbim)


O Dia da Vitória na Rússia tornou-se um espaço em que colunistas se esforçam para premeditar cenários políticos que nunca se realizam, desvendar bastidores que não se desvendam e espalhar fatos que são, na verdade, mentiras.


MOGI DAS CRUZES (SP) – Ao comentar sobre o desfile militar russo em homenagem aos 75 anos da vitória soviética contra o nazismo e libertação de toda Europa, o colunista Igor Gielow não perde a oportunidade de analisar certas conspirações políticas atuais, como todo bom colunista da Folha de S. Paulo. Há o lead inicial, há a busca por um detalhe irrisório que se transforma em uma “conspiração” ou um “cenário” de uma possível “crise” em torno dos bastidores políticos da Rússia; a ironia com o passado, as comparações desconexas, saltos lógicos, sondagem das “elites políticas” e, como não poderia deixar de ser, há o anticomunismo.

Comentando sobre a política atual, Gielow não deixa de demarcar politicamente entre a vitória soviética e a linha editorial do jornal. Faz pouco caso dos dirigentes responsáveis por essa vitória e busca humilhá-los, pois, apesar de verdadeiros heróis, não partilham da mesma cartilha liberal que o jornal faz questão de propagar diariamente por meio dos cansativos “O que a Folha pensa”.

Sumariamente, Gielow ironiza uma comparação que Putin fez sobre o Pacto de Munique de 1938 com o tratado Molotov-Ribbentrop de 1939.  O primeiro é descrito como um acordo entre as forças ocidentais (Inglaterra e França) e Hitler em relação à Tchecoslováquia, e ele descreve o último como “um aperto de mãos entre Belzebu e Satã”. Para ele, a comparação não é aceitável, porque em 1939 se tratava de um pacto de “partilha da Europa” entre os “nazistas e soviéticos”.

Ignorância ou mau-caratismo, Igor Gielow deixa de falar sobre a consequência da submissão inglesa e francesa nos acordos de Munique. Não dedica uma única frase sobre o que aconteceu com a classe trabalhadora tchecoslovaca, para os judeus e eslavos daquele país. Nem teria como, Julius Fučík já falou por todos os que sofreram naquele período e qualquer nota de pesar vinda de Igor seria um desrespeito com qualquer membro da resistência antinazista.

Evidentemente, não era interessante ao autor citar o papel estratégico do campo de concentração de Theresienstadt, citar as milhares de vidas que foram condenadas pela capitulação inglesa e francesa, ou a política que isolou a URSS e sua tentativa de combater a expansão do nazismo. Também não foi citado o genocídio de Lídice, “reparação de guerra alemã” que chacinou uma cidade e uma vila inteira após a morte de Reinhard Heydrich.

Ou mesmo citar o papel estratégico de Praga ao fortalecer e alimentar a máquina de guerra alemã com suas riquezas minerais, algo que permitiu a Alemanha manter uma guerra em duas frentes de batalha por vários anos e ainda questionar inicialmente as forças soviéticas em 1941 até 1943. A capacidade ofensiva alemã só terminou com o fim da Batalha de Stalingrado e a Batalha de Kursk.

Não obstante, descarrilha críticas a José Stálin, conhecido também como José de Aço. Fala de sua suposta “incompetência militar”, sobre o “fato” dele ter “fuzilado sua elite militar no fim dos anos 1930”, assim como também o culpabiliza pelos “desastrosos” avanços dos alemães no início da guerra, além de falar de “passado idealizado”, de “erros e atrocidades” de Stálin como “notas de rodapé”.

Vale destacar que, apesar da ironia com notas de rodapé, seu artigo carece delas em todas as suas afirmações sobre o líder soviético e sobre as virtudes soviéticas. Não poderia deixar de ter, a coluna de Gielow abraça com toda força e emoção o mantra “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade” de Joseph Goebbels.

 

JOVEM OPERÁRIO – Stálin enfrentou, durante sua juventude, três prisões czaristas e organizou a fuga das três. (Foto: Reprodução/Arquivo)


Campos de concentração ou sistema prisional?

A Folha de S. Paulo passou da fase de “comprovar os crimes de Stálin” para a fase de naturalizá-los ao ponto de transformá-los em objeto de contextualização, um lembrete da política nesse ou naquele momento da história. É o que se comprova por meio das novas e diversas notícias difundidas no jornal, seja de colunistas (sua maioria) ou pequenas reportagens de variados assuntos e fins.

Com certa ironia, o anticomunista e colunista Ruy Castro também não poupou tempo para citar o relatório de Khrushchev, conhecida e comprovadamente falso, para estigmatizar Stálin e seus “expurgos” que cometiam “execuções em massa”.

Paula Sperb, em sua reportagem sobre Jorge Amado, afirma que “as execuções e campos de concentração de Stálin são amplamente conhecidos”, por exemplo. Semelhante à coluna de Igor Gielow, a jornalista gaúcha não apresenta nenhuma prova real, apenas toma a frase como se fosse uma generalização de um “fato” do passado, aceito e natural dos eventos da história.

Nunca houve um único campo de concentração soviético. De fato, a URSS, assim como qualquer país no mundo, tinha um sistema prisional, tinha seu código penal, tinha suas instituições de justiça, juízes, advogados, teóricos do Direito, assim, não poderiam deixar de ter também sua prisão para os elementos irregulares às normas estabelecidas pelo Estado operário.

Para efeito de comparação, o sistema prisional brasileiro resume-se hoje a um amontoado de celas imundas carregadas até a borda de jovens negros, muitos presos arbitrariamente por um sistema que se reduz a realizar “um projeto de moer corpos negros e pobres para gerar lucro para uma elite”.

Volta e meia, explodem revoltas nas prisões brasileiras, ocorrem massacres, disputas entre facções com degolação e desmembramentos de rivais, fugas em massa, ações coordenadas de revoltas simultâneas em diversas prisões etc..

A prisão soviética não se comparava às aterrorizantes prisões brasileiras nem aos campos de concentração alemães. A destacar um arquétipo um tanto estigmatizado: a palavra “Gulag” não se refere diretamente à prisão, ao espaço de confinamento, às celas e ao espaço prisional, mas ao sistema que rege a lógica da prisão, sua administração geral.

Pode-se dizer que o sistema Gulag ainda era bem mais “humanizado” do que as prisões brasileiras. Arquivos da Central Intelligence Agency (CIA), inimiga da URSS, revelam que até 1952, os presos recebiam uma quantidade garantida de alimentos, além de alimentos extras para o cumprimento de cotas diárias. O arquivo revela que os prisioneiros recebiam salários pois trabalhavam.

Um detalhe importante é que, após o fim da guerra, o governo soviético tinha mais fundos, o que permitiu aumentar o suprimento de comida para os prisioneiros e que, além disso, 95% dessas pessoas foram condenadas por crimes comuns, não por motivos políticos.

O documento também revela que, a partir de 1952, o sistema Gulag operava com a chamada “responsabilidade econômica”, de modo que, quanto mais os prisioneiros trabalhavam, mais eram pagos em dinheiro, ou seja, o contrário dos campos de concentração nazista. Outra condição generalizada nas prisões era o excedente da meta diária, se o prisioneiro cumprisse suas tarefas em 105%, ele teria um dia de sentença diminuído.

Mesmo presos e em condições precárias, o trabalho de um prisioneiro era mais humanizado na URSS que o trabalho de um brasileiro comum nos tempos atuais. Em média, um prisioneiro trabalhava dez horas por dia em 1954. Um brasileiro trabalha, às vezes, mais de dez horas diárias, o cenário piora se considerarmos o tempo que a classe trabalhadora fica amontoada nos transportes públicos.

A ideia de que o mundo inteiro reconhece “expurgos e execuções em massa de supostos inimigos” e as demais afirmações marginais que fazem de Stálin são puramente bravatas com um fim político. Elas não são verdades, e a Folha de S. Paulo é uma das responsáveis por espalhar a difamação e desinformação com naturalidade mundana para aparentar um viés “democratista”.

Seu caráter jornalístico se perde quando o assunto é socialismo, União Soviética e, principalmente, José Stálin.

 

INFOGRÁFICO – A verdade, ao contrário do que diz a mídia burguesa, é que o governo Stálin foi responsável pela construção do socialismo na União Soviética. (Foto: Thales Caramante/Jornal A Verdade)


Jornais negando o jornalismo e falsificações

Não à toa, os medos de João Pereira Coutinho tornaram-se reais. O colunista da Folha remete seu medo do passado, quando o jornalismo era somente um amontoado de “panfletos de gritaria ideológica que serviam várias causas, exceto a da verdade”, ou um “megafone de partidos ou demagogos, sem qualquer compromisso com o rigor.”

A verdade é que os jornais jamais abandonaram sua ideologia, jamais abandonaram seus “partidos e demagogos”. Para ele, somente “a partir de 1920, pelo menos nos Estados Unidos, houve um maior apelo pela objetividade”. Que objetividade é essa? Senão o contexto, o argumento e a declaração conivente com a linha editorial e ideológica do jornal burguês?

O próprio João Pereira Coutinho entra em total contradição e passa, posteriormente, a atacar o jornalismo. Segue a lógica: “Se não é o jornalismo que me contempla, logo, tudo que foi produzido fora deste padrão estadunidense é propaganda demagógica”.

Passa a fazer uma propaganda cega da concepção da guerra psicológica, busca demonstrar a superioridade norte-americana contra o “arcaico e ideológico sistema socialista soviético”, agora pelo jornalismo.

Comete esse erro quando abandona qualquer objetividade que anteriormente defendia para atacar Stálin e o socialismo por meio de um ataque ao jornalista ganhador do Prêmio Pulitzer, Walter Duranty, correspondente do New York Times em Moscou. Por qual razão?

Walter Duranty foi um jornalista que negou tudo que é mais religioso para a ideologia do jornalismo moderno burguês: negou a fome soviética, a pobreza do socialismo, as políticas de genocídio de Stálin, assassinatos em massa etc. Ao contrário, cobriu diversas vitórias do socialismo em primeira mão, como os planos quinquenais, nomeou de “propaganda antissoviética” qualquer reportagem que falasse em fome e fez tudo isso através de uma cobertura jornalística elementar, presencial e real, algo que nenhum outro jornalista da época conseguiu fazer.

A burguesia então inventou seus jornalistas que cobriram a fome soviética, como o jornalista assumidamente nazista William Randolph Hearst. Ele seguia a cartilha da objetividade do jornalismo estadunidense que agrada a Folha. Por conta disso, tudo que sua linha editorial noticiava se tornava automaticamente em uma verdade absoluta, mesmo que suas fontes (panfletos nazistas), viagens à URSS etc. sejam comprovadamente falsas.

Democratista, não podendo aceitar nazistas, a mídia burguesa atual passa a apoiar a objetividade de outro grande jornalista, Gareth Jones. Este também supostamente cobriu a fome ucraniana em suas viagens à URSS.

Porém, Gareth Jones sofre do mesmo problema de Hearst e sua objetividade jornalística nazista. Jones era um grande entusiasta do nazismo, inclusive não escondia elogios a Hitler e Goebbels em seus cadernos particulares. Inclusive, o nazista Jones teve a oportunidade de os conhecer pessoalmente, entrevistar e receber orientações políticas antes de partir a Moscou.

A antiga referência (Hearst) é nazista; a atual (Jones), sutilmente nazista.  Porém, a propaganda em forma de jornalismo vem somente do “mentiroso, comunista e demagogo” Walter Duranty. O crime de Duranty foi ser o único a estar na URSS naquele período e fazer o impensável para a classe burguesa: falar verdades sobre José Stálin e seu governo.

Fora esses dois brilhantes e objetivos jornalistas nazistas, não há ninguém dentro da rede da nova linha objetiva que atenda as demandas da Folha de S. Paulo, que comprove tal “genocídio”, “campos de concentração” e “execuções em massa”.

O fotógrafo Alexander Wienerberger que, com suas fotos (de autenticidade questionável), apenas comprova a narrativa soviética sobre os “anos da fome”, junto aos relatos de Frederick Schuman e outros, não nos resta considerar que a narrativa soviética é a que mais se encaixa com os eventos da época.

Possivelmente porque os soviéticos tinham fontes primárias, reais, verdadeiras e não especulações de uma campanha de difamação lançada pelos nazistas com o nome de jornalismo.

Com esses levantamentos, percebe-se uma narrativa política da história desenvolvida com base em mentiras de panfletos nazistas transformadas em jornalismo. Hoje, tomam forma como objetos de contextualização, porém, como vimos, o próprio jornalismo foi o responsável por combater essas mentiras criadas com o intuito de manter os ricos enricando e os pobres empobrecendo.

“Qual o interesse do grupo Folha? Enriquecer a família Frias”, afirmou Luiz Falcão. Evidentemente que não seriam indiferentes a esse assunto, até porque o sistema que a família Frias condena é o mesmo que a condenará futuramente.

 

 

Pregando o evangelho para um judeu

 Autoria: João Emiliano Martins Neto

 


Resumo: Uma rápida pregação que fiz do evangelho para um judeu em uma rede social online. Graças a Deus eu acho que eu sou bom em comunicar ideias, sobretudo as que eu acredito serem conforme a verdade.


Caríssimo amigo judeu e judeu observante do judaísmo, larga o judaísmo, torna-te um cristão, porque tu cumprires o legalismo do judaísmo ou um gentio cumprir o legalismo de sua religião que pode ser a muçulmana, ou a pagã ou as regras de uma outra ideia qualquer não vai satisfazer e aplacar a ira divina contra ti e nem vai satisfazer as exigências de tua consciência, mas é a fé no judeu por excelência, o grande e maior judeu de todos os tempos, o rei dos judeus que é o Cristo Jesus que pode cumprir com toda a justiça e imputar a justiça d'Ele sobre todo aquele que n'Ele simplesmente crer. O Cristo cumpriu a Torá que é similar ao legalismo de qualquer outra religião ou ideia no que leis tem de justas em serem cumpridas para uma boa consciência individual e para uma vida em comunidade, contudo o Cristo foi quem pôde e só Ele cumprir com toda a justiça por todos os homens de todos os tempos, seja judeu ou não, a fim de o homem ter paz com Deus e com sua consciência viver em comunhão com os homens na Igreja que Ele fundou em um comunismo cristão onde ninguém tenha as suas coisas como sendo exclusivamente suas, mas tenham tudo em comum e a cada um seja dado conforme a necessidade de cada um (Atos dos apóstolos 2, 45; 4, 35).

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Cristianismo - Entre o medo e o desafio

 Autoria: João Emiliano Martins Neto

 


Resumo: Questiono um livro de Sigmund Freud, O Futuro de uma Ilusão, em o qual Freud critica, em suma, a religião como coisa de fracos. Mas, diante de tal opinião eu questiono se não é algo de genuinamente humano a religião, o cristianismo em destaque, na forma de algo que mostra a dependência e fragilidade propriamente humana diante do mundo e que diante de tal suposto fato o cristianismo não seria uma resposta interessante.


Eu assistia a um vídeo, ontem, dia 27 de dezembro de 2020, dia da Festa da Sagrada Família: Jesus, Maria e José, era um vídeo em que um rapaz comentava sobre o livro de Sigmund Freud, O Futuro de uma Ilusão, em que Freud critica a religião como uma neurose de pessoas que querem para sempre um pai que as proteja das intempéries do mundo, ou como dizia o grande escritor e jornalista ateu gaúcho já falecido, Janer Cristaldo, as intempéries metafísicas: dor, solidão e morte. De forma bem sucinta, e até aonde eu sei, a Psicanálise, ciência psíquica fundada por Freud ensina que no início, quando bebê, o ser humano é ligado à mãe que dá-lhe tudo o que precisa, comida, calor, atende às suas necessidades, depois quando maiorzinho o ser humano, descobre o pai que é mais forte para acolher as suas necessidades da época de sua vida mais à frente. Quando adulto o ser humano continua dependente, percebe o mundo como um desafio intransponível, por exemplo, nos desafios da natureza na forma de chuvas torrenciais e destruidoras, frio, calor, doenças, a morte, a solidão, enfim, as já mencionadas intempéries metafísicas. O ser humano sente-se pequeno e só, então, busca a Deus ou aos deuses qual um pai, um pai incomensuravelmente mais forte do que o anterior que o proteja.


Penso que Sigmund Freud refere-se ao Deus do cristianismo, que é evidentemente a religião que domina a parte oeste do mundo que é parte mais infuente do mundo, em vista disso fiz menção no título deste meu artigo à religião do Cristo Jesus, entretanto, eu acho que qualquer religião mesmo que com uma pluralidade de forças divinas possa estar à disposição do homem à maneira de muitos pais ou apoios ao homem a darem ao homem uma explicação sobre o mundo e a darem ordem ao caos que é parte do mundo.


Agora, fica a questão, o cristianismo ou as demais grandes religiões do mundo são apenas, então, muletas para o homem seguir em frente? É só o pavor diante do cosmos o que leva o homem a Deus ou aos deuses? Bom, eu penso que a religião de Jesus Cristo seria poderosa em ser uma tal muleta ao homem, dir-se-ia "muleta" de forma caluniosa até, um apodo dos espíritos fortes ateus a exemplo de Freud. Seria o cristianismo, em especial o cristianismo reformado por Martinho Lutero que é o mais interessante e que distingue o cristianismo, pois na Reforma Protestante do século XVI parece que o homem cristão ousa dizer-se cristão não perdendo-se em tantos costumes e ordenanças que dependem de si para serem executados. Mas, no protestantismo ao resgatar-se o cristianismo bíblico paulino da graça sozinha salvadora mediante somente a fé a justificar e salvar o homem, seria o cristianismo talvez a muleta por excelência, se Deus reconciliou em Jesus Cristo o mundo por uma oferenda perfeita, muito maior que as oferecidas no Templo dos hebreus e uma oferenda muito maior e melhor do que todo o bem que os homens possam fazer no mundo. Se o medo leva à uma opção religiosa tão apropriada e forte como o cristianismo, não há também nas religiões como no cristianismo o desafio ao homem, no caso do cristianismo mais propriamente, não haveria o desafio do homem humilhar-se em Cristo, por Cristo e com Cristo o seu orgulho de querer ser o campeão do mundo? Campeão em inteligência com sua Ciência empirista que tudo quer ver, controlar e testar em laboratório? Campeão com sua Filosofia racionalista que pretende até mesmo de forma doentia encerrar o mundo e também Deus ou os deuses fazendo-os caberem em sua cabeça? Campeão em sua tecnologia tal qual hoje as redes sociais online que mais dividem o homem em extremismos fascistas e nazistas e o homem sendo um campeão com criações artísticas que nada mais são essas do que uma imitação da imitação que é o mundo sensível e no caso da arte contemporânea uma imitação da visão distorcida e desesperada que o homem atual tem do mundo? 


No caso do cristianismo, entre o medo e o desafio, eu penso que o pobre homem não é algo no limite sobre-humano que não precise da ajuda, por exemplo, de seus semelhantes, coisa que o regime de reprodução usurária do capital é especialista em enganar o homem com uma autossuficiência impossível e o capital pode unir-se muito bem ao ateísmo e ao anticristianismo, até que uma alvissareira revolução social comunista mundial o vença colocando nas mãos dos trabalhadores e operários a destinação justa e solidária de seu trabalho suado em um mundo de irmãos sem Estados nacionais ou classes burguesas opressoras, exploratórias e onde Deus seja tudo em todos, assim era com os primeiros cristãos, assim há de ser no mundo novo já aqui neste mundo quando os trabalhadores pararem de vender suas almas pelas migalhas do capital e no mundo que há de vir no Céu de forma definitiva, perfeita e espiritual.

sábado, 26 de dezembro de 2020

Karl Marx e os marxistas pensam como os verdadeiros cristãos

 Autoria: João Emiliano Martins Neto

 


Resumo: Karl Marx e os marxistas pensam como os verdadeiros cristãos, sobretudo os do passado apostólico e a Igreja Católica atual, em um mundo de irmãos, não destacando muito a questão da desigualdade e a considerarem de forma unilateral as hierarquias.


Karl Marx e os marxistas em parte pensam como os cristãos, pelo menos pensam conforme os primeiros cristãos. Os primeiros cristãos não tinham as suas coisas como sendo exclusivamente suas, mas todos tinham tudo em comum e a cada um era dado conforme a necessidade de cada um (Atos dos apóstolos 2, 45; 4, 35), eles viviam um comunismo cristão. Karl Marx dizia a mesma coisa, a cada um conforme a sua capacidade e a cada um consoante a sua necessidade. Hoje a chama do Espírito Santo nos cristãos está arrefecida, caso não pertençam à Igreja Católica pós-Vaticano II, por isso temos cristãos fajutos que sucumbiram a este mundo e querem muito mais a vaidade do poder e dos altos postos, são aferrados a um mundo de patrões e empregados, oprimidos e opressores, defendem muito a desigualdade, estão obcecados à uma ideia de hierarquia, são fascistas. Os fariseus hipócritas que assediam sexualmente mulheres a exemplo daquele tal de Fernando Cury do Estado de São Paulo que apalpou na altura dos seios à uma colega deputada, Isa Penna, eles levantam-se contra os pobres deste mundo como os homossexuais e os transgêneros, sobretudo, os quais estes últimos são largados à intempérie da prostituição para poderem sobreviver. Tudo isso os falsos cristãos fariseus hipócritas o fazem em nome de Deus, porque dizem que os homossexuais e mais ainda os transgêneros estão no pecado. Que homossexuais se praticantes de atos homossexuais e transgêneros estão no pecado, sim, é verdade, eles estão, e estão praticando o pecado gravíssimo contra a natureza que clama aos céus por vingança, porém muito mais pecam os cristãos atuais, sobretudo os de internet que não gostam da Igreja Católica atual renovada no Santo Sínodo Vaticano II, que não é mais farisaica e dura como era antigamente, a qual reconhece, nas palavras do Santíssimo Padre São Paulo VI, que as alegrias, esperanças, tristezas e angústias dos homens, sobretudo dos pobres como os transgêneros, são as alegrias, esperanças, tristezas e angústias de todos os homens, sobretudo se tais homens forem pobres, porque nada do que é verdadeiramente humano é alheio aos cristãos.

 

Meu caro leitor, para nós, católicos, o Natal dura oito dias, é a Oitava do Natal, até o dia 1º de janeiro Festa de Santa Maria Mãe de Deus, então, desejo a ti um feliz e santo Natal. Tudo de bom para ti, meu leitor, se tu denuncias o que verdadeiramente escraviza o homem que é o pecado, por exemplo, no mesmo pecado impuro contra a natureza que condena os homossexuais praticantes, mas também condena aqueles que oprimem os pobres como sobretudo em nossa época vemos claramente que tal opressão ocorre no caso dos transgêneros, contudo também tal condenação incide sobre os fascistas como os daquele tal de Partido Novo que recentemente decidiu relegar à uma boa quantidade de gente e gente jovem que uberizada não tem direito nem mesmo à um copo d'água ou ao uso do álcool gel em suas jornadas exaustivas de trabalho em suas bicicletinhas muitas vezes humildes e com problemas a entregarem comida ou outras coisas para uma classe média solitária e consumista incapaz de dar um bom dia aos faxineiros de seus condomínios das grandes cidades do ocidente.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Mensagem comunista de Natal (Feliz Natal 2020)

 Autoria: João Emiliano Martins Neto

 


Resumo: Feliz Natal 2020 a todos. Minha mensagem comunista de Natal a todos os meus leitores de bom coração, solidários, comunistas cristãos.


Caros leitores, toda época de Natal do Cristo é a mesma coisa, aqueles autoproclamados cristãos da direita de sempre, contudo que na verdade são apenas nazistas e fascistas, gente solitária de classe média, consumista, incapaz de dar um bom dia ao porteiro de seus condomínios nas grandes cidades das capitais do mundo, mas nesta época, talvez tocados pelo espírito natalino que é o mesmo Espírito Santo, nesta época de repente vira comunista. De repente essa gente fica solidária e tocadas pelo Espírito Santo que inspirou a São Lucas, autor do livro dos Atos dos apóstolos, que descreveu como os primeiros católicos viviam em um comunismo cristão, uma sociedade da partilha, da solidariedade e da caridade, onde ninguém tinha coisa alguma como sendo exclusivamente sua e em tal sociedade todos tinham tudo em comum e a cada um era dado conforme a necessidade de cada um (Atos dos apóstolos 2, 45; 4, 32, 35).


Quero desejar a vocês, meus leitores, um feliz e santo Natal, espero que vocês tenham buscado o mistério, sacramento da reconciliação, a fim de participarem dignamente do sagrado mistério da Eucaristia nesta festa solenidade do Natal do Cristo menino que trouxe de volta o comunismo que sempre uniu povos antigos, mas que hoje falsos cristãos, gente insípida, o sal que perdeu o sabor e que merece ser lançada ao chão e ser pisada pelos homens (São Mateus 5, 13), tal gente detendo a verdade pela injustiça (Romanos 1, 18) vive uma vida egoísta e gananciosa, defendendo os lucros de ricaços banqueiros, retiram os direitos justos dos trabalhadores e operários.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

O Cristo era socialista?

 Autoria: João Emiliano Martins Neto

 


Resumo: Respondo à questão que toca o dedo na ferida de um mundo ferido, cindido, dividido por uma revolta dos poderosos fariseus hipócritas nazistas e fascistas egoístas neoliberais que é o pessoal da direita em ascensão no Brasil e no mundo todo.


O Cristo, Jesus Cristo era socialista? Sim, o Cristo era socialista, era comunista, sim. Aliás, na época d'Ele a comunidade cristã colocou em prática a comunhão dos bens com o fim das classes, isto é, o comunismo diretamente, sem passar pela fase intermediária que é o socialismo. Por que? Porque os apóstolos santos de Cristo à frente dos primeiros discípulos do cristianismo viveram um comunismo cristão na Igreja Católica daqueles tempos iniciais da religião do Cristo. Basta apenas saber ler a Bíblia Sagrada em Atos dos apóstolos, capítulo 2, versículos 44 e 45 e mais ainda no capítulo 4, versículos de 32 a 37 onde São Lucas escreveu que os apóstolos e os discípulos eram um só coração e alma e ninguém tinha nada como sendo seu e em ambas as perícopes escriturísticas, capítulos e versículos está escrito que a cada membro da comunidade cristã era dado conforme a sua necessidade. Ora, Karl Marx não diria outra coisa. Cristo era comunista, era socialista, sim, em um comunismo espiritual e material que é claro que não concorda com o ateísmo, apostasia e materialismo marxista que já é uma revolta injusta contra Deus, mas ao mesmo tempo justa contra os cristãos de até hoje que se tornaram aburguesados, acomodados, cúmplices com o sistema de exclusão dinheirista capitalista e insípidos.

Um arcebispo cego

 Autoria: João Emiliano Martins Neto

 

Dom Alberto Taveira Corrêa

Resumo: Um comentário meu acerca de uma frase que eu achei agressiva e fora de lugar da parte de dom Alberto Taveira Corrêa, acusado de abusar sexualmente de jovens ex-seminaristas na capital do Estado do Pará.


Colho na imprensa, no site Metrópoles, cuja hiperligação para a íntegra da matéria é esta aqui, que o acusado dom Alberto Taveira Corrêa, o arcebispo metropolitano de minha cidade de Belém, a capital do Estado do Pará, acusado de seviciar e de abusar sexualmente de quatro jovens ex-seminaristas da arquidiocese local, na época, ano de 2014, com idades que variavam entre 15 a 20 anos idade, fico sabendo no Metrópoles, na verdade há mais de uma semana eu já lera nos jornais eletrônicos e em um sermão desse arcebispo umas palavras ousadas e até mesmo agressivas da parte do alto prelado, depois da divulgação das acusações contra ele. As palavras são estas aqui:

 

"Deus me deu coragem para furar o olho do escândalo, o escândalo que estava sendo montado e Deus nos deu a graça de passar na frente. Se alguém porventura, por ação do demônio, pensasse em acabar com a Igreja Católica e a Igreja de Belém, enganou-se radicalmente"

 

Bom, então, teremos talvez um arcebispo cego caso se confirmem as denúncias contra ele? Por que? Porque, mesmo não sendo eu um exímio intérprete da Bíblia Sagrada, quem teria sido o autor do escândalo é o acusado dom Alberto, e não as vítimas. Era só o que faltava serem as vítimas os escandalosos em uma interpretação equivocada das palavras do Cristo (São Mateus 18, 6, 7), pois teria sido ele, o arcebispo quem teria abusado sexualmente e cometido maus-tratos contra jovens ex-seminaristas que precisavam de uma autêntica orientação espiritual e também psicológica para que pudessem viver a sua condição genuinamente humana homossexual, que os coloca no número dos pobres deste mundo, cujas alegrias e esperanças, angústias e tristezas, sobretudo deles que são um dos tipos de pobres deste mundo, são as mesmas alegrias e esperanças, angústias e tristezas dos cristãos, porque nada do que é genuinamente humano é alheio aos cristãos. Repeti praticamente que ipsis litteris as palavras do sábio pai, um homem tremendamente compreensivo e inteligente e não um mero juiz severo que eram muitas vezes os papas do passado, pastor e santo iluminado Papa São Paulo VI em sua constituição pastoral Gaudium et Spes do Sínodo Vaticano II. O que é o homem pobre servo, criatura, tentado em tudo da mesma maneira que o Cristo Jesus, o Deus feito homem que também foi em tudo tentado tal qual o homem (Hebreus 3, 15)? Mas, ao contrário, segundo as denúncias, dom Alberto Taveira teria feito chafurdar na lama do pecado que nada tem a ver com o Deus feito homem Jesus Cristo e também nada diz o pecado sobre a humanidade do homem;o arcebispo teria feito mergulhar na lama os pobres jovens, ele que como a mais alta autoridade local da Santa Igreja deveria tê-los feito fugir do pecado e não tê-los exposto ao pecado ao ficar, por exemplo, até mesmo nu diante dos pobres jovens também nus e teria feito eles masturbarem ele e o penetrado em seu episcopal ânus... segundo as denúncias noticiadas pela imprensa com depoimentos colhidos por um jornal, o El País, anonimamente das vítimas.


A homossexualidade é algo de genuinamente humano, não é uma doença mental e se fosse ainda seria algo genuinamente humano, porém é a homossexualidade em tudo como que simétrica à heterossexualidade, ainda que de forma invertida, por isso mesmo que não haja uma complementariedade afetiva que só ocorre entre homem e mulher, diz o Catecismo da Igreja Católica de 1992 (número 2357). A, por assim dizer, analogia e como que simetria no que se refere à afetividade entre homossexualidade e heterossexualidade, se vivida a homossexualidade na mais absoluta castidade e pureza dignifica e eleva o homem, ainda mais o dignifica e eleva nos sofrimentos que a condição própria homossexual causa ao homem, e na dificuldade humana de se viver a abstinência sexual e a solidão, tornando tal homem homossexual à semelhança dos pobres deste mundo cujas alegrias e esperanças, tristezas e angústias os cristãos verdadeiros, os espirituais, têm em si mesmos, pois os orgulhosos deste mundo dizem que o cristianismo é religião de mendigos e mulheres, sem dúvida alguma que dos tipos de condições dos homens são um dos tipos e condições dos homens mais fracos.


Espero, se Deus me permitir em oração e com penitência, que o homem não acabe cego e se os escandalosos forem outros, os seus acusadores se estiverem a caluniar a dom Alberto, que se arrependam e reconheçam a sua cegueira, porque não há boa visão alguma em quem é autor de um escândalo contra os pequeninhos do Senhor que são os cristãos sinceros. Entretanto, eu fico meio que inclinado a achar que quem vai inventar uma tal narrativa contra alguém como dom Alberto, o arcebispo, se não for um grande escritor, ficcionista, romancista ou contista ao lado de ser também um grande calhorda? O futuro das investigações dirá...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Dom Alberto Taveira Corrêa - Entre o apego ao poder, a soberba e a monstruosidade

Autoria: João Emiliano Martins Neto

 

Ex-seminarista que denunciou o alto prelado dom Alberto 

 

Resumo: Agora com depoimentos retirados por mim da imprensa das supostas vítimas de abuso sexual por parte do arcebispo de Belém (capital do Estado do Pará), dom Alberto Taveira Corrêa, disserto mais uma vez acerca da affaire envolvendo esse prelado da Igreja Católica.


Caso se confirmem as acusações contra dom Alberto Taveira Corrêa, o arcebispo de Belém, a capital do Estado do Pará, estamos diante de um monstro de ruindade, o qual seria melhor que assumisse desde há muito a própria homossexualidade do que ficasse com supostos "tratamentos espirituais", a fim de "curar" jovens seminaristas de suas tendências homossexuais, mas fazendo o uso malandro da própria homossexualidade que é algo compreensivelmente e genuinamente humano, mas só que para satisfazer o apetite e libido do arcebispo da forma mais mesquinha possível.


O apego ao poder de dom Alberto é como eu já fiquei sabendo pela imprensa, ocorre, porque Sua Excelência já disse que somente morto ele deixaria o arcebispado de Belém, quando foi aconselhado certamente que por outros clérigos para que pedisse a aposentadoria. A soberba do alto prelado católico encontra-se em que ele coloca em risco a própria Santa Igreja Católica Apostólica Romana como atingida ou maculada de alguma forma pelas denúncias de suas aventuras no bom e velho esporte que é a homossexualidade, aventuras que ocorriam em sua residência episcopal aqui na minha cidade de Belém, ali na Travessa Doutor Moraes, quase esquina com a nobre Avenida Nossa Senhora de Nazaré no bairro central de Nazaré. Ora, dom Alberto nunca leu a Bíblia Sagrada que nas palavras do próprio Cristo Jesus disse o Cristo que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja d'Ele (São Mateus 16, 18)? A Igreja segue impertérrita, pura, imaculada e infalível, apesar de ao longo de Sua história gloriosa neste mundo tropeçar com as fraquezas de nós, homens, os Seus filhos e membros.

 

O alto prelado dom Alberto durante uma Missa em Belém

Agora, a monstruosidade de dom Alberto Taveira Corrêa, se for verdade o de que lhe acusam, ocorre no que segue-se mais abaixo e que eu retirei de uma matéria jornalística do site do jornal El País, hospedado no portal MSN. Eis aqui o link para a íntegra da matéria desnudando dom Alberto que segundo as acusações gostava de desnudar-se diante de jovens efebos seminaristas. 

 

Ex-seminarista relata e afirma assédio sexual sofrido da parte de dom Alberto


Segue-se, abaixo, um trecho da referida matéria de El País com as denúncias e depoimentos dos rapazes acerca das monstruosidades do alto prelado dom Alberto contra eles que são monstruosidades, talvez espelhadas na pança grande de dom Alberto, conformes a típica homofobia da direita autoproclamada cristã, contudo que é farisaica hipócrita e pretensamente apolínea de dia, mas que na calada da noite entrega-se à húbris dionisíaca do sexo.


Orientação espiritual

Os quatro denunciantes afirmam que aceitaram participar de sessões particulares de orientação espiritual com Corrêa em sua casa em momentos e por motivos distintos, mas que a prática era muito comum entre os internos do seminário. Eles dizem que desde que chegou a Belém, em 2010, Dom Alberto frequentava o seminário com regularidade e era muito atencioso e acessível aos estudantes. “Teve sábado pela manhã que eu cheguei lá na casa dele, tinha fila de meninos para passar pelo atendimento”, contou B. à reportagem. “Era colocado como uma coisa normal. Aí acho que ele ia sentindo a abertura, vendo até onde conseguia chegar, testando a gente…”, diz ele, que teria começado a ser assediado por Dom Alberto no início de 2013, após ter sido descoberto pela direção do seminário em um relacionamento amoroso com um colega e ter sido expulso de lá, aos 20 anos. “Eu já tinha passado pela orientação particular com ele antes, mas tinha sido tudo muito superficial, eu não dava abertura. Quando fui expulso, procurei Dom Alberto e perguntei se ainda havia esperança para mim. Ele disse que tinha um caminho, mas que eu tinha que me abrir ao método de cura espiritual dele”, diz B.

Para tanto, os ex-seminaristas ouvidos pela reportagem contam que o arcebispo usava o livro A batalha pela ‘normalidade’ sexual e homossexualidade (Editora Santuário, 2000), do psicólogo holandês Gerard Aardweg, com cuja cópia presenteava estudantes. O objetivo desta orientação espiritual seria ajudar os jovens a livrar-se da homossexualidade e tentações sexuais de toda a natureza, mas na prática não era o que acontecia. “Voltei para a primeira sessão e começou: queria saber se eu me masturbava, se eu era ativo ou passivo, se eu gostava de troca-troca, se eu assistia pornografia, quando eu me masturbava o que eu pensava… achei estranho mas achei que era o método dele”, diz B., de 28.

Depois de algumas sessões dessa natureza, cerca de cinco, ainda em 2013, o ex-seminarista diz que encontrou em uma missa na cidade um amigo que ainda estava no seminário, e descobriu que o ex-colega estava passando pela mesma coisa. “Aconteceu com ele uma situação parecida com a minha que culminou em uma ameaça de expulsão, e o arcebispo aproveitou e estava fazendo com ele a mesma coisa que estava fazendo comigo, só que já um passo a frente. Ele me confidenciou que foi obrigado a ficar nu com o arcebispo, tocar no corpo dele, se deixar tocar”, diz. Após essa conversa, e assustado com o rumo que o “tratamento” vinha tomando, ele conta que deixou de ir aos encontros marcados e afastou-se do arcebispo. B. já estava sem esperanças e sem a certeza de querer voltar ao seminário e com a perspectiva de cursar uma faculdade. Pouco tempo depois o amigo que encontrou na missa também deixou o Pio X. Estava lançada a pedra da denúncia que seria feita anos depois, apenas agora em 2020, depois que mais dois ex-seminaristas juntaram-se a eles no ano passado.

Com A., teria sido pior. Após também ser ameaçado de expulsão do seminário por conta de um envolvimento amoroso com um colega e ter passado por diversas sessões de assédio com o arcebispo como as descritas acima, ele teria sido chantageado por Corrêa para aceitar abusos sexuais quando demonstrou resistência às investidas. “Ele disse que ia contar do meu caso no seminário para minha família”, diz. Fora isso Corrêa teria prometido reintegrá-lo, o que o jovem A. afirma que aconteceu após ceder às investidas da autoridade religiosa. Reunia-se a sós com o religioso em seu escritório e quarto, e conta que dentre os métodos utilizados pelo arcebispo durante as sessões de orientação espiritual estava a obrigação de ficarem pelados juntos, olhando um para o corpo do outro como forma de “resistir às tentações”.

“Outra coisa comum era a reza junto ao corpo. Ele chegava junto de você, se roçando, e fazia uma reza em algum lugar do seu corpo nu… teve vez que era no rosto e achei que ele ia me beijar”, afirma B.. “Tive que pegar nele e masturbá-lo, ele pegava no meu pênis e tentava fazer com que eu tivesse uma ereção… Outra coisa é que ele ficava nervoso quando você não conseguia, brigava, dava bronca, mas sempre com esse papo do tratamento, do estamos tentando te salvar… A cada sessão, ele ficava mais agressivo e violento, dizia coisas horríveis, lembrava de fatos passados para te humilhar, dizia que você não estava progredindo, dizia coisas horrorosas para você, que você era uma pessoa horrível, era aterrorizante”.

Segundo relata A., após mais de uma dezena de encontros com o arcebispo, em cerca de três meses, ele o enviou para uma temporada de sete meses em uma paróquia como ajudante “dando um tempo”. Depois disso, conseguiu voltar para o seminário — de onde seria expulso definitivamente um ano e meio depois. “Eu tinha ficado revoltado, estava arrumando muita briga e confusão lá dentro, não funcionou mais para mim”, afirma.

O quarto ex-seminarista que participa da denúncia ao MP e às autoridades religiosas tinha 16 anos quando afirma ter sido abusado por Corrêa. Segundo seu relato, o arcebispo mandava o motorista particular buscá-lo no seminário, não raro de noite, para participar das sessões de orientação espiritual. Teriam sido diversas sessões ao longo de alguns meses em 2014. Ele relata que, dentre outras sevícias, o arcebispo deitava-se nu de pernas para o alto e pedia para o adolescente penetrá-lo. Como ele não conseguia manter uma ereção, Corrêa ficava nervoso, gritava e o maltratava muito.

domingo, 20 de dezembro de 2020

Apedrejamento

Autoria: João Emiliano Martins Neto

 

Resumo: Um relato meu de um ato de hipocrisia própria da direita que eu presenciei, hoje, em uma rede social online na internet. A direita apedreja o que às escondidas pratica.


Hoje, dia 20 de dezembro de 2020, Tempo do Advento de Cristo, eu estava em uma conversa tempestuosa em uma rede social online, é a tempestade, a tormenta o que se pode esperar de quem quer que divirja em redes sociais de um só ponto em qualquer assunto promovido em tais redes, por isso poder-se-ia dizer que eu estava em um apedrejamento. A esquerda estava sendo apedrejada por defender a homossexualidade, por ser contra a tal família patriarcal, por defender o incesto e o aborto. No caso do incesto, supostamente a deputada federal Érica Kokay teria defendido em uma palestra o incesto. Mentira dos fascistas e nazistas da extrema direita, e tanto é mentira que o líder deles, aquele mesmo que não recebeu alta do hospital psiquiátrico em o qual esteve internado, Olavo de Carvalho os desmentiu e ainda deu razão à deputada Kokay que os processou. Mentira, porque dizer que a esquerda defenderia o incesto é apenas uma má interpretação da obra de Max Horkheimer, má interpretação coisa de gente que não estudou em uma boa universidade pública federal ou estadual, ao contrário estudou em alguma faculdade privada de fundo de quintal ou estudou em algum cursinho à distância (EAD) onde se pode colar quando se está a fazer alguma prova, ou é coisa de gente que ficou só no Curso Online de Filosofia (COF) de Carvalho, o evadido de nosocômio psiquiátrico. Eu mesmo fui internado duas vezes em minha vida em hospitais psiquiátricos manicômios e saí de ambos uma nova pessoa, graças a Deus, e ainda elogiado por médicos e enfermeiros, por isso recomendo um bom tratamento em saúde mental para atual direita que em um bom número é nazista e fascista ou pelo menos fascista, sobretudo a direita evangélica, atual, que é tão burra e demente quanto os católicos aduladores do século XVI combatidos pelo excelente Doutor Martinho Lutero e que são também semelhantes aos católicos atuais de internet que não gostam do Papa Francisco e são inimigos do ecumênico, humanístico (leia-se inteligente, porque no cristianismo Deus mesmo fez-se homem em Jesus Cristo) e compreensivo Concílio Vaticano II.



Bom, no caso do aborto, o apedrejamento contra a esquerda da parte da dura e incompreensiva direita que não deixa ver os tons de cinza do mundo no sentido de que há casos em que um aborto seria recomendado, a fim de que, por exemplo como houve há pouco tempo no Brasil, uma menina de seus apenas dez anos de idade não tenha que passar por um parto que mesmo sendo o cesariano não dar-lhe-ia muita chance de sobrevivência. Mas, tudo bem, eu sou católico, como a direita se diz católica ou cristã, e possa-se dizer com os cristãos, sobretudo católicos, que uma mãe deve oferecer-se até mesmo ao martírio pela sobrevivência de um filho, temos o caso luminoso de Santa Gianna Beretta Molla que deu a sua vida para que um filho seu sobrevivesse. Todavia, o tom de cinza da realidade é nítido e uma lei mais flexível com relação ao aborto em casos de estupro, tal qual a que temos em nosso ordenamento jurídico brasileiro, é algo bem interessante e compreensível, contudo, a direita é burra, é empacada à maneira de todo jumentinho, é incompreensiva e não enxerga nuances.

 

Santa Gianna Beretta Molla


E em um dos casos de apedrejamento, em relação à homossexualidade, nota-se o quanto faz falta, hoje, cristãos que agindo em imitação ao Cristo, ou pelo menos faz falta gente que passasse por alguma universidade de Teologia, eu mesmo espero ingressar em uma, se Deus me permitir, no final do ano de 2021. Faz falta gente verdadeiramente cristã ou pelo menos inteligente, escolarizada em Teologia que dissesse aos fariseus da direita que quem não tivesse pecado que atire a primeira pedra (São João 8, 7). Por que? Porque lembrem-se, caros leitores, do caso recente, do começo deste mês de dezembro de 2020, de um eurodeputado polonês, um tal de Jozsef Szajer, homofóbico por profissão e de dia, mas na calada da noite foi pego em uma boa e velha brotheragem, um tipo de suruba gay com mais de vinte e cinco homens. Sim, caros leitores, com vinte e cinco homens. O homem tinha outra profissão, por conseguinte, e era dos bons profissionais, a nova profissão gay como raros gays comuns e normais aventuram-se com tantos homens, um harém masculino, sexo com vinte e tantos homens de uma vez só. Hipocrisia a gente vê na direita nazista e fascista homofóbica de hoje, e isto desde a época do Cristo que condenou unicamente os fariseus, a direita da época d'Ele. E por que? Porque é mais do que evidente, era bom e conforme a lei de Moisés, a lei de Deus, observar e cumprir o que diziam os fariseus que assentavam-se no trono de Moisés? Sim, disse o Senhor Jesus Cristo que se cumprisse tudo o que diziam e dizem os fariseus de ontem e de hoje, entrementes, em conformidade ao que alertou o Cristo que não se imitasse a conduta dos hipócritas, porque os fariseus pregam uma coisa, mas vivem outra coisa (São Mateus 23, 2, 3) na vida esquizofrênica, cindida ao meio, uma vida tão falsa quanto uma cédula de três reais.

Jozsef Szajer


Ainda com relação à homossexualidade tão alvo de apedrejamento por parte dos fascistas da direita, os fariseus hipócritas sepulcros caiados, quem é que nunca ouviu e gostou muitíssimo da canção Your Song de Elton John, onde John canta de coração, certamente, o seu amor por uma pessoa? E quem liga se ele fez tal canção para um homem, sendo ele mesmo um homem, se casais normais e comuns heterossexuais percebem em tal canção de forma transparente e humana o mesmo afeto que tem por si mesmos, gente do sexo oposto a enamorarem-se uns dos outros? A realidade é que a homossexualidade, ainda que a Bíblia Sagrada diga ser uma abominação (Levítico 18, 22), é com toda a força do que é evidente é a homossexualidade algo de genuinamente humano e como tudo o que é humano, sobretudo da parte dos pobres e são pobres por serem discriminados e incompreendidos os gays, tudo o que é humano não é alheio aos cristãos, escreveu o Santíssimo Padre São Paulo VI em sua Gaudium et Spes, a constituição pastoral do Concílio Vaticano II tão detestado pelos atuais fariseus hipócritas, raça de víboras da atual direita.

 

Por fim, em relação à família patriarcal, ninguém menos que o próprio Deus, sim, Deus, será ele "esquerdista", é falta de santidade ou é falta de um curso de Teologia presencial em uma boa faculdade para esta direita jumenta? Deus Jesus Cristo, que talvez seria mandado para Cuba ou para a Venezuela pela atual direita, foi Ele quem disse que Moisés permitiu dar carta de divórcio para a esposa, por causa da dureza do coração do povo de sua época; antes, no princípio, não era assim, continuou o Cristo, porque Deus fizera homem e mulher e ambos seriam uma só carne e o que Deus unira que o homem não separasse (São Marcos 10, 4-9). E qual era a sorte da mulher repudiada? A mendicância, enquanto o homem passaria muito bem com uma sua nova mulher certamente mais jovem e bela, porque a direita de ontem e de hoje na calada da noite quando não pratica a homossexualidade, está a trair a sua esposa com alguma ninfeta. Eis a tal família patriarcal defendida pela direita? Certamente que não, que observemos e pratiquemos o que dizem e ensinam os fariseus, mas não os imitemos quando repudiam suas esposas por mulheres mais jovens, e, então, aí a direita une-se à esquerda na defesa do divórcio, contudo por uma questão escusa, e não porque a mulher ou o homem percebem que casaram com a pessoa errada, o argumento legítimo da esquerda tão apedrejada, mas porque a direita quer ficar livre para ficar com a amante ou o amante que pega na calada da noite. Jair Messias Bolsonaro não deixa-me mentir, porque ele mesmo separou-se inúmeras vezes de suas mulheres para unir-se à uma mais jovem, a última mulher de Jair, Michelle Bolsonaro, não se sabe o porquê, até hoje, recebeu 89 mil reais do miliciano e amigo de Bolsonaro, Fabrício Queiroz.

 

A direita pelo que se pôde demonstrar é um poço de hipocrisia, pega as melhores coisas como arma, sobretudo, e bandeira, ata como pesados fardos nas costas dos homens, mas nem com só um dedo os move (São Mateus 23, 4). Tal direita ainda se diz ser em grande número cristã, mas que eu saiba não só as canonizações são raras no Brasil e no mundo, faltam também cristãos inteligentes com um bom diploma em Sagrada Teologia para qualificar os neo e autoproclamados cristãos.

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