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O que um filósofo estuda? | Olavo de Carvalho

Olavo de Carvalho   " Um filósofo não estuda autores e textos. Estuda problemas, estuda a realidade, estuda a existência e seus enigmas...

terça-feira, 30 de abril de 2013

Inflação e pleno emprego

Por Carlos Ming

Já havia na área econômica do governo Dilma Rousseff confusão entre objetivos estratégicos. Nunca havia ficado claro, por exemplo, o que é mais importante: se o crescimento da atividade econômica ou se o avanço do emprego. Imaginava-se vagamente que eram a mesma coisa.

Quando a expansão do PIB ficou travada, mesmo no ambiente de pleno emprego, o governo e seus economistas não conseguiram esconder a perplexidade: tiveram e seguem tendo dificuldades para explicar como as duas situações podem coexistir.
 
Yoshiaki Nakano

Outro desdobramento do mesmo tema é a relação entre pleno emprego e inflação. O ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman foi duramente atacado por excesso de ortodoxia quando advertiu, há dois meses, ser preciso segurar a oferta de emprego para conter a inflação.

Na semana passada, um economista comprometido de longa data com o desenvolvimento econômico, o professor da Fundação Getúlio Vargas Yoshiaki Nakano, também avisou que o atual nível de inflação somente recuará se o governo aplicar à economia boa dose de desemprego.

Não são vozes isoladas. Tanto no Relatório de Inflação como nas atas do Copom, o Banco Central também vem advertindo para os efeitos inflacionários provocados pelo excessivo aquecimento do mercado de trabalho.

Em princípio, inflação alta é fator que corrói o poder aquisitivo e, nessas condições, contribui para reduzir a demanda por bens e serviços. No entanto, como estão aumentando acima da inflação e da produtividade, fato para o qual também adverte o Banco Central, os salários contribuem decisivamente para a alta dos custos do setor produtivo e para o aumento da demanda por bens e serviços além da capacidade de oferta da economia.

A questão não se esgota aí e é mais complexa do que sugerem certos debates. Tanto Schwartsman como Nakano defendem elevação mais forte dos juros básicos do que a admitida pelo Banco Central. E eles não estão sozinhos. O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, também advoga mais aperto monetário para enfrentar a inflação.
O diagnóstico é de que o volume de dinheiro no mercado (aquele que impõe o preço, em juros básicos, de 7,5% ao ano) está elevado demais para o conjunto dos problemas enfrentados pela economia: demanda mais alta do que a oferta; custos altos demais do setor produtivo, a começar pelos do fator trabalho; baixa propensão ao investimento; e, muito especialmente, a gastança do setor público, que cria renda e demanda.

O núcleo da administração econômica do governo Dilma prefere fechar os olhos à natureza monetária da inflação, sobretudo a causada pelas excessivas despesas públicas. Nesta segunda-feira, por exemplo, em entrevista ao jornal Valor, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, anunciou que o governo já não assume nenhuma meta de austeridade fiscal. As despesas públicas serão aquelas que forem necessárias para garantir o crescimento econômico forte, disse ele. Para definição do volume de estímulos fiscais, Augustin não julga necessário levar em conta o nível do emprego da economia. E essa desconsideração pode sair cara para o governo.



CONFIRA

Assim cresce a diferença (brecha) entre as cotações do dólar em pesos argentinos no câmbio oficial e no paralelo (blue). No início de janeiro, era de 40%; em março, chegou aos 60%; ontem, passou dos 78%.

Projeções mais magras. No último Relatório de Inflação, o Banco Central já tinha admitido crescimento econômico de somente 3,1% em 2013. Ontem, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, opinou que ainda dá para garantir 3,5%. São projeções mais modestas do que as do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que ainda crê nos 4,0%.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Coroação de Willem-Alexander

Por João Emiliano Martins Neto


Glórias somente ao Deus verdadeiro que é o da Bíblia e que é outrossim o Rei dos reis e SENHOR dos senhores, pela

SAR o Príncipe de Orange nos Estados Unidos (2009)

coroação a rei, nesta próxima terça-feira (30 de abril de 2013 A.D.), de Sua Alteza Real Willem-Alexander, o Príncipe de Orange. Ele é o herdeiro da única monarquia verdadeiramente cristã (evangélica protestante) do mundo. Que a corôa e o manto deste novo monarca cristão sejam tão reais, verdadeiros, expressivos e sedosos quanto as páginas de uma Bíblia evangélica.


Vida longa ao rei! Que Deus abençoe.

sábado, 13 de abril de 2013

SOCIALISMO CHEGOU À COZINHA

A revolução da empregada *

Guilherme Fiúza



O conto de fadas do oprimido continua. Agora, as empregadas domésticas foram libertadas da escravidão. Mas esse capítulo ainda promete fortes emoções. Uma legião de advogados espertos já está de prontidão para o primeiro bote trabalhista num desses “senhores feudais” de Ipanema ou Leblon. Aí a burguesia vai ver o que é bom. Patrões perderão as calças para cozinheiras demitidas sem justa causa. E o Brasil progressista irá ao delírio. Babás levarão uma baba ao provar — com seus advogados — que naquela sexta-feira chuvosa estouraram o período da jornada sem ganhar hora extra. Com a PEC das domésticas, cada lar brasileiro assistirá à revanche do povo contra as elites.

A apoteose cívica em torno da empregada lembra o clima da Constituinte em 1987. A Carta promulgada por Ulisses Guimarães com “ódio e nojo à ditadura” removia o entulho autoritário, e trazia o entulho progressista. Até limite de taxa de juros enfiaram na Constituição — entre outras bondades autoritárias e/ou lunáticas. A partir dali, deu-se no Brasil o milagre da multiplicação de municípios, com a interminável criação de prefeituras e câmaras de vereadores sangrando os cofres públicos. Tudo em nome da descentralização democrática.

Agora o país comemora a Lei Áurea das domésticas, com ódio e nojo aos patrões. Eles tiveram sorte, porque não apareceu nenhum revolucionário propondo guilhotina em caso de atraso do 13º. Os escravocratas do século 21 — como os patrões foram chamados pelos libertadores das empregadas — garantiram nos últimos anos à classe das domésticas aumentos salariais bem acima da inflação (e de todas as outras categorias). Mas não interessa. Os progressistas querem direitos civis, querem que os patrões paguem encargos. A consequência será simples: para pagar os encargos, os patrões não darão mais reajustes acima da inflação. Através do FGTS, por exemplo, o dinheiro se desviará das mãos da empregada para as mãos do governo — onde será corrigido abaixo da inflação, a julgar pelas médias recentes.

O fim da escravidão aboliu o bom senso, e conseguirá trazer perdas para patrões e empregados, democraticamente. Mas os populistas serão felizes para sempre.

Já se pode antever a excitação no Primeiro de Maio, com a “presidenta” mulher e faxineira indo às lágrimas em cadeia obrigatória de rádio e TV. Mais uma pantomima social que a nação engolirá sorridente e orgulhosa. Na vida real, evidentemente, a nova Lei Áurea vai dar um tranco no mercado, com patrões temerosos de contratar mensalistas — não só pelos custos inflados, como pelos altos riscos de indenizações pesadas (as casuais e as tramadas). Muitos recorrerão a diaristas e outros improvisos para fazer frente aos serviços da casa. E o enorme contingente das empregadas domésticas que só sabem ser empregadas domésticas, diante da crescente dificuldade de se fixar no emprego “seguro” que a Constituição progressista lhe trouxe, terá que perguntar a Dilma e aos humanistas como ganhar a vida.

O governo popular não está preocupado com isso. Se o contingente das alforriadas sem-teto crescer muito rápido, isso se resolve com uma injeçãozinha a mais no Bolsa Família (o Bolsa Casa de Família). País rico é país que dá dinheiro de graça. Enquanto a Europa acorda dolorosamente desse sonho dourado, com saudades de Margaret Thatcher, o Brasil fabrica um pleno emprego pendurando parte da população numa mesada estatal. São os filhos profissionais do Brasil, que não precisam se emancipar nem procurar trabalho. É claro que isso vai explodir um dia, mas a próxima eleição (pelo menos) está garantida.

A festa da propaganda populista não tem hora para acabar. O Ministério da Educação, por exemplo, está bancando uma grande campanha nas principais mídias nacionais sobre o sistema de cotas para negros no ensino público. A peça traz a encenação de um jovem humilde, que conta ter conseguido vaga na universidade por ser afro-descendente. É o governo popular torrando o dinheiro do contribuinte para apregoar a sua própria bondade. Só um país apoplético pode consumir numa boa essa propaganda política travestida de utilidade pública.

É esse país que baba de orgulho diante da PEC das domésticas, jurando que está assistindo a uma revolução trabalhista. É típico das sociedades culturalmente débeis acharem que legislar sobre tudo é passaporte civilizatório. É um país que não acredita nos seus acordos, no que é instituído a partir da responsabilidade individual, do bom senso e dos bons costumes. É preciso cutucar Getúlio Vargas no túmulo, para empreender uma formidável marcha à ré progressista — que servirá para entulhar de vez a Justiça, porque as crianças só confiam no que está nos livros guardados por mamãe Dilma. Pobres órfãos. 

Se o prezado leitor escravocrata enjoou da comida de sua empregada, melhor consultar seu advogado. O socialismo chegou à cozinha — e o tempero agora é assunto de Estado.

* O Globo – 13/04/2013

Publicado também no Blog de Janer Cristaldo

domingo, 7 de abril de 2013

Por que é estupidez negociar com China e Rússia

Por Jeffrey Nyquist


Semana passada escrevi sobre Boris Berezovsky, o bilionário russo cuja morte está sob investigação das autoridades britânicas. Para entender a carreira de Berezovsky como padrinho do capitalismo russo, pedi ao ex-oficial da KGB, Konstantin Preobrazhenskiy, para que nos mostrasse o panorama da vida pregressa de Berezovsky. Sem hesitar, ele disse que Berezovsky era um agente da KGB que obteve sua riqueza do Partido Comunista da União Soviética, e que assim foi com todos os outros oligarcas russos. Para compreender na totalidade o significado dessa revelação, os leitores precisam imaginar como seria se todo bilionário americano tivesse sido colocado no mercado pelo FBI com dinheiro do Partido Democrata. Que tipo de capitalismo se estabeleceria com esses alicerces? E outra questão: que tipo de sistema de mercado se estabeleceria?

No decorrer da entrevista que fiz na última semana coloquei essas e outras questões para Konstantin Preobrazhenskiy, que já trabalhou como conselheiro de alto escalão no Diretório "T" da KGB. Segundo Preobrazhenskiy, "a Rússia não é um país comercial. A Rússia Imperial antes de 1917 era um país comercial. Já a URSS e a atual Rússia – herdeira do regime anterior – é um país de espiões."

Perguntei a Preobrazhenskiy se alguma vez ele compartilhou esses conhecimentos com os dirigentes políticos dos Estados Unidos. "Oh não", disse ele rindo. "Eles correm das minhas opiniões". E por que um ex-oficial da KGB – que sabe a verdadeira natureza dessas coisas em primeira mão – é colocado de lado por aqueles mesmos a quem ele está tentando alertar? O Ocidente, disse Preobrazhenskiy, é prisioneiro do seu próprio wishful thinking [NT: literalmente "pensamento anelante", porém a expressão em inglês tem a abrangência e o contexto que a tradução literal para o português não tem]. "O mito de que a Guerra Fria acabou é a grande ilusão ocidental", explicou. "Façamos uma pergunta simples: Quando a Guerra Fria acabou? Qual a data? Quando foi assinado o armistício? E quem admitiu a derrota?" perguntou o ex-agente com uma ponta de sarcasmo.

"Muitos acreditam que a União Soviética foi derrotada", continuou o ex-oficial da KGB. "Mas talvez ela apenas ficou menor. Na verdade, não vejo muita diferença entre a atual Rússia e a União Soviética. Especialmente por conta de alguma de suas ex-repúblicas – independentes no papel – ainda serem governadas pelo Kremlin; E se você se aproximar de qualquer transeunte nas ruas russas e perguntar a ele se a Guerra Fria acabou, ele lhe dirá que não só não acabou, como os EUA ainda mantém viva a Guerra Fria contra a Rússia. Ele soube disso por meio da propaganda estatal."

Considerando a teoria do pesquisador Kevin D. Freeman de que a economia americana foi intencionalmente sabotada por "elementos viciosos da China comunista e da Rússia", perguntei sobre os esforços comerciais chineses e russos para minar a economia americana. "É impossível minar um país da grandeza dos EUA por meio do comércio", disse Preobrazhenskiy. "Mas é possível se fazer isso por meio de espionagem, sabotagem e outros tipos de atividades secretas. Tanto a Rússia como a China conhecem as vulnerabilidades americanas e eles estão explorando elas o máximo que podem."

Mas por que a Rússia e a China fariam isso?

“A mesma pergunta é feita pelos chefes da contra inteligência alemã e britânica”, respondeu o ex-oficial. “Na troca de informação entre eles eu sinto um sincero desentendimento: ‘Por que os espiões russos estão nos distraindo de trabalhos muito mais importantes como aqueles contra espiões chineses e terroristas muçulmanos? Eles não sabem que a Guerra Fria acabou?’ Quando ouço isso, abro um risinho irônico, pois a Rússia tem ótimas relações com chineses e muçulmanos. Não é de estranhar que o novo presidente da China, Xi Jinping, fez sua primeira visita não aos Estados Unidos, mas à Rússia; além disso, Putin rejeitou o convite para ir aos Estados Unidos e fez sua primeira visita à Bielorrússia, demonstrando então sua ideia de reconstruir a URSS. Você também deve estar especulando sobre qual a base ideológica a Rússia espiona os EUA atualmente.  Essa base é o antiamericanismo. O objetivo atual deles é destituir os Estados Unidos do poder e da posição global ao qual eles têm hoje. A base desse antiamericanismo é a ideologia eurasiana, inventada pela NKVD nos anos 1920. Agora ela tornou-se a ideologia oficial da Rússia. Ela proclama oposição à América na base da amizade com Irã e China”.

Eu perguntei ao ex-oficial da KGB sobre o comprometimento da Rússia com o comunismo. O comunismo realmente está morto? E o capitalismo? Ele realmente triunfou?

“A Rússia jamais renunciou ao comunismo!” exclamou Preobrazhenskiy. “Não há documento oficial onde as autoridades russas disseram ‘Nós o renunciamos e condenamos’. Houve, é claro, uma tentativa de forçar a renúncia ao comunismo em 1992, quando caso judicial contra o Partido Comunista Soviético teve início. Mas logo um poderoso lobby comunista destruiu esse movimento. E isso não é tudo, como aprendi com Vladimir Bukovsky. O julgamento do comunismo foi encerrado a pedido do ocidente, pois os ocidentais estavam tão profundamente envolvidos no flerte com o comunismo soviético que se isso ficasse publicamente conhecido teria causado um escândalo”.

Eu perguntei se a continuidade do poder comunista na Rússia explica a disposição de Moscou em enterrar o último czar e ao mesmo tempo se recusar a enterrar Lênin.

“O aparente afastamento russo do comunismo não passa de uma operação cosmética,” afirmou Preobrazhenskiy. “Os comunistas agora se maquiaram de democratas; além disso, agora muitos turistas da China comunista estão chegando a Moscou, e o primeiro lugar que correm para ver é o lugar onde está exposto o corpo de Lênin. Alguns deles dizem ser esse o motivo principal da viagem a Moscou. Eu vi grandes multidões na tumba de Lênin. Como seria possível enterrar Lênin depois de tudo isso? Oh, quão ingênuo é o ocidente!”

Como Preobrazhenskiy trabalhou para a KGB no extremo oriente recrutando agentes chineses e japoneses, eu não pude deixar de perguntar sobre uma possível aliança militar entre Rússia e China. A isso ele respondeu imediatamente: “Essa aliança já existe”. Eu perguntei sobre qual alicerce essa aliança foi formada, já que a Rússia e a China eram rivais naturais.

“A China é um inimigo ideológico da América”, disse ele. “Ela não pode ser senão um adversário. Por outro lado, tanto a Rússia quanto a China desfrutam de uma compatibilidade ideológica: devoção ao comunismo e ódio à América. Os comunistas chineses já entenderam que os russos colocaram uma máscara de democracia ante o ingênuo Ocidente; mas perante a China eles não precisam dessa máscara, e sendo assim, eles se desmascaram. Ambos os países não declaram publicamente sua aliança antiamericana. É parte da cooperação para enganar a América. Veja, a compatibilidade ideológica já constitui uma estrutura suficiente para tal aliança. E como ela não é pública, ela diz respeito majoritariamente à cooperação em algumas esferas secretas. É na inteligência, acima de tudo, onde se dá a cooperação entre eles. Estou certo de que há algum acordo entre os serviços de inteligência russo e chinês para minar a América, mas ele é mantido em segredo.”

Alguns leitores ficarão irritados ao ler o testemunho de Preobrazhenskiy. Mas Konstantin Preobrazhenskiy não é o único a fazer essas afirmações. Outros desse mundo já desertaram e arriscaram suas vidas para avisar os americanos. Ainda assim a história é sempre a mesma. Os americanos não querem ouvir esses alertas. Estamos resolutos, enquanto povo, em acreditar no que é conveniente e aceitar propaganda inimiga sobre nós mesmos. Mas o capitalismo está morrendo aqui e agora, em solo americano. Como podemos explicar isso? Nós levamos apropriadamente em consideração o que está acontecendo? Nossa longa prosperidade nos mimou. Nosso bem-estar nos imunizou contra a verdade. Tornamo-nos um povo que prefere mentiras prazerosas a verdades doloridas. É melhor acordarmos, pois não resta muito tempo.


Publicado no Financial Sense.

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